quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Quatro Ilhas – Natureza, Exuberância, Mistério e Aventura

Ilha do Cardoso, São Paulo

Em meados do século passado, a Ilha do Cardoso, no litoral sul paulista, na região de Cananeia, ganhou status de Parque Estadual, título que lhe rendeu preservação e,  por lá, 90% da vegetação é de Mata Atlântica virgem, o que a torna tão atraente.
Trilhas de orquídeas e bromélias levam a praias quase desertas e não faltam pescadores para contar causos e mais causos da pacata ilhota. Sendo Parque Estadual, não é possível se hospedar em qualquer lugar e quase todos os passeios exigem guias treinados.
Manter a natureza intacta é palavra de ordem e seis comunidades de caiçaras recebem os visitantes. A mais agitada é a de Marujá, que conta com infraestrutura turística, guias e forró nas noites de sexta, durante a alta temporada.
Reserve uma noite para passear de barco pelos rios da ilha. Jacarés de papo amarelo saúdam os visitantes!
Cananeia dista cerca de 265 quilômetros da capital paulista, indo pela Rodovia Regis Bittencourt (BR-116) até o município de Pariquera-Açu.  De lá siga para Cananeia, onde se troca o carro por uma embarcação, em travessia de escuna que dura 3 horas.

Ilha do Boipeba, Bahia

A água cristalina e os coqueirais infinitos, que fizeram a fama da Bahia mundo afora, são muito exuberantes, principalmente em Boipeba. A charmosa ilhota, integrante do arquipélago de Tinharé, localizada ao sul de Salvador, onde a badalação ainda cede lugar à calmaria, mais parece uma ilha perdida no mundo.
Tatus passeiam pelas mesmas trilhas que os viajantes percorrem para conhecer espécies nativas da Mata Atlântica.
O sol, com raios transparentes, dá boas-vindas em quilômetros de praias selvagens repletas de dunas e piscinas naturais. Quando o fim da tarde chega, é a vez da Velha Boipeba, a “vila”, local fundado pelos jesuítas por volta de 1537, receber os visitantes.
A Igreja Matriz do Divino Espírito Santo domina a praça ao lado de mercadinhos, restaurantes e lojas de artesanato. Perto dali, a Casa da Farinha atrai quem gosta de história. Ainda há o morro do Quebra Bunda, onde se senta lá no alto, para apreciar a vista da ilha e esperar a noite chegar de mansinho.
Para chegar lá, embarque no catamarã com destino para Morro de São Paulo, em frente ao Mercado Modelo, em Salvador. De Morro, pode-se chegar a Boipeba de carro com tração 4x4 ou lancha rápida, em percurso que demora 1h30.

Ilha do Campeche, Santa Catarina

Na costa leste de Florianópolis, em frente à Praia do Campeche, fica a Ilha do Campeche que tem apenas uma praia, com areia bem fininha e clara, repleta de costões cobertos de Mata Atlântica, onde o mar quebra dócil, perfeito para banhos demorados e revigorantes, o que agrada em cheio aos amantes do mar. É nessa praia que os barcos atracam e os turistas podem ficar, já que o resto da ilha é fechado para visitação.
Além de beleza natural farta, a região exibe inúmeras ocorrências rupestres interessantes, protegidas em sítios arqueológicos e trilhas que podem ser percorridas acompanhadas de monitores e levam a paisagens exuberantes.
A Praia da Armação, em Florianópolis, é o principal ponto de partida de barcos que levam para a Ilha do Campeche, em trajeto de aproximadamente meia hora. Durante a alta temporada, também é possível encontrar embarcações disponíveis na Barra da Lagoa.

Ilha de Maracá, Roraima
 
Grande reserva ecológica de Roraima, a 135 km ao norte da capital Boa Vista, na região do médio Rio Uraricoera, no município de Amajari, a Ilha de Maracá tem uma vegetação densa e uma fauna composta por animais ameaçados de extinção, como onça-pintada, anta, guariba e ariranha.
Há registro de cerca de 160 aves diferentes e plantas raras, como 16 espécies de briófitas (do grego bryon: 'musgo'; e phyton: 'planta').
Localiza-se na fronteira entre a Floresta Amazônica e as savanas que se estendem pela Venezuela e Guiana, com área total de 101.312 hectares, vizinha à terra dos índios ianomâmis, os únicos que conhecem bem a região.
Foi a primeira Estação Ecológica do Brasil, criada em 18/4/1979, onde se desenvolvem inúmeros projetos de pesquisas, nacionais e internacionais. A infraestrutura do local inclui alojamentos, laboratórios, biblioteca e refeitório.
Durante séculos, a Ilha de Maracá, esteve totalmente isolada, protegida pelas incríveis corredeiras do Rio Uraricoera. Poucos aventureiros tiveram coragem para enfrentar as águas revoltas e cheias de grandes pedras. E, dos que tentaram, muitos não voltaram para contar o que viram.
Áreas dentro da unidade são consideradas berçários de algumas espécies. Não raro, se observa a ave mais rápida do planeta, o falcão, fazer literalmente uma faxina no maior mamífero da floresta, a anta. A cena é emblemática.
É tanta riqueza que a Ilha de Maracá vai seguir despertando muitas paixões. A floresta tem um magnetismo que atrai alguns e repele outros, jamais causa indiferença.
A Ilha é visitada principalmente por pesquisadores e exploradores. O acesso é gratuito, sendo necessário ter autorização prévia do IBAMA.


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