sexta-feira, 15 de junho de 2012

Revolução no tratamento do câncer de próstata

A revista científica inglesa The Lancet Oncology publicou, na edição de abril/2012, uma técnica menos agressiva para o combate do câncer de próstata. O tratamento foi previamente realizado em 41 pacientes e poderia diminuir os riscos de impotência sexual e incontinência urinária. De acordo com o Conselho de Pesquisa Médica do Reino Unido (Medical Research Council – MRC na sigla inglesa), que financiou os estudos, os resultados iniciais foram satisfatórios. O próximo passo é estender a pesquisa a um número maior de voluntários.
No novo procedimento, médicos da Universidade College Hospital, em Londres, realizaram o primeiro teste com ultrassom de alta intensidade (HIFU - High Intensity Focused Ultrasound), destinado a destruir pequenas manchas de células cancerígenas na próstata. Os médicos colocaram uma sonda dentro da próstata que emite ondas em frequência acima de 20 kHz que aquecem as células-alvo a 80 graus.
Na terapia HIFU, os raios de ultrassom de alta intensidade são focados no tecido doente, e devido à significativa concentração de energia no foco, a temperatura dentro do tecido sobe, destruindo o tecido doente.
Esta tecnologia pode alcançar a "eliminação" com altíssima precisão do tecido doente, sendo chamada de "cirurgia HIFU não-invasiva". A ideia é que a técnica substitua a quimioterapia e radioterapia em casos menos graves.
Os procedimentos atuais são extremamente invasivos, afetam todo o tecido circundante à próstata e causam efeitos como incontinência urinária e a impotência sexual.
A cirurgia HIFU é uma técnica minimamente invasiva, na qual os feixes de ultrassom são focalizados no interior da próstata através de ecografia transretal, com uma sonda semelhante a utilizada no diagnóstico ecográfico transretal.
O método é baseado na capacidade das ondas de ultrassom se propagarem através da parede do reto e se focalizarem no tecido prostático, onde são absorvidas e convertidas em calor. A temperatura no foco atinge de 65˚ a 85˚C, o suficiente para destruir o tecido tumoral. O tratamento é feito sob anestesia geral e dura cerca de duas horas, tempo necessário para se proceder ao “varrimento” do volume prostático, com múltiplos disparos ultrassônicos de alta intensidade. Todo o procedimento é feito com um braço robótico que justapõe os disparos segundo um protocolo pré-estabelecido pelo urologista que faz o tratamento.
A HIFU tem a vantagem de ser feita em regime ambulatorial ou internamento muito curto, com a particularidade de provocar a destruição tecidular de modo muito preciso, sem afetar as estruturas envolventes, o que minimiza o risco de lesão do reto, incontinência urinária ou disfunção erétil.
Uma característica única da HIFU, quando comparada com outras terapêuticas focais do cancro da próstata, como a braquiterapia, radioterapia externa e crioterapia, é que a passagem de energia ultrassônica através dos tecidos não tem efeito cumulativo, isto é, não impede tratamentos complementares posteriores.
O MRC está confiante com o resultado dos primeiros 12 meses de tratamento. Ressalta que as primeiras evidências sobre o controle do câncer são boas, mas tudo precisa ser avaliado por estudos mais abrangentes.
A nova técnica pode transformar a maneira que o câncer de próstata é tratado, pois é uma opção de baixo custo e oferece aos homens com a doença na fase inicial uma oportunidade para tratá-la com menos efeitos negativos.
De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa é que cerca de 60 mil novos casos apareçam em 2012 no Brasil. Mesmo com  um volume considerável de incidência, existe uma grande resistência dos homens pelos exames preventivos e aos efeitos colaterais do tratamento.
É sempre bom lembrar que o licopeno, substância presente no tomate, melancia, goiaba e mamão papaya, comprovadamente inibe o surgimento de vários tipos de cânceres, entre eles, o de próstata, além de ser antioxidante. O organismo absorve melhor o licopeno quando o alimento é cozido. Molho de tomate caseiro é uma ótima fonte: cozinhe cerca de seis tomates e uma cebola, bata no liquidificador, coe, acrescente sal e temperos a gosto, e está pronto para ser usado, por exemplo, com uma bela massa, acompanhado por uma taça de vinho (leia o post A eterna magia do vinho - saboroso, poderoso e longevo).