quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Carioquice espiritual – Ser carioca é ...

Veja com quantas das 100 afirmativas a seguir voce concorda e, no final, conheça qual é o seu jeito carioca de ser. Vai nessa ...

Dizer a um amigo(a) “vamos nos ver”, não marcar nada e, mesmo assim, continuar sentindo sinceras saudades dele(a).
Pensar “por que não venho mais vezes?” a cada passeio agradável no Jardim Botânico.
Já ter desfilado por sua escola de samba do coração ou, ao menos, assistido na Sapucaí a um desfile dela.
A-do-rar andar de bicicleta pela orla.
Reclamar do caos, mas curtir a noite na Lapa.
Já ter ido à Feira de São Cristóvão dançar forró.
Ter ficado ilhado (voluntariamente ou não) em um bar tomando cerveja à espera da água da chuva baixar.
Torcer para cair uma chuvarada daquelas, quando chega a hora de deixar o bar.
Já ter ajudado um turista.
Sofrer com os alagamentos da Praça da Bandeira e do Jardim Botânico.
Achar cafona, mas ao mesmo tempo legal, aplaudir o pôr do sol em Ipanema.
Vestir casaco só porque está caindo uma chuvinha.
Tirar onda por ter a maior floresta urbana do mundo, a da Tijuca, mas raramente ir até lá.
Terminar a noitada comendo algo na Fiorentina, no Lamas, na Pizzaria Guanabara, no Nova Capela ou no Cervantes.
Achar Centro Cultural “coisa de primeiro mundo”.
Tomar banho no cano das Paineiras e se sentir voltando de uma autêntica cachoeira.
Se orgulhar de já ter subido até a Pedra da Gávea.
Caminhar ao ar livre, apreciando o visual, e prometer que um dia terá disposição para uma corridinha.
Já ter ido a uma festa na favela e se deslumbrado com o visual.
Reclamar do engarramento e da sujeira causados pelos blocos de carnaval, mas se esbaldar em um deles.
Ter algum objeto com a imagem de São Sebastião ou de São Jorge que não é nosso padroeiro mas quase...
Curtir passear na feira do Rio Antigo e na feirinha de antiguidades da Praça Quinze.
Saber o que é ao menos duas gírias do funk, do tipo “descer até o chão”, “piriguete”, “caraca mané”, “o grau pegou forte”.
Saber que, em algum lugar do passado, “mina”, “cocota” e “broto” foram sinônimos de gatinha.
Comer pastel na feira da rua General Glicério, em Laranjeiras, embalado por um chorinho.
Ir à praia à noite no Arpoador.
Ir ao Cadeg para comprar flores baratinhas e comer bolinho de bacalhau no bar Cantinho das Concertinas.
Ter almoçado em uma das “tias” de Barra de Guaratiba.
Ter um garçom amigo que chama pelo apelido.
Ir a um pagode “pé de chinelo” e se surpreender com a canja de um bamba.
A-do-rar horário de verão.
Ter enfrentado um megaengarrafamento a caminho de um megashow na Barra.
Deixar para ir à exposição mais falada da cidade no último dia e amargar hoooras na fila.   
Tirar um sarro com paulistas, baianos e mineiros sobre as belezas da cidade.
Se emocionar ao chegar de avião no Santos Dumont, cantarolando “Samba do avião”.
Se irritar profundamente ao chegar ao aeroporto Tom Jobim (antigo Galeão) ao ter que enfrentar toda aquela bagunça.
Já ter feito compras no Mercadão de Madureira e no Saara.
Emendar a praia direto da noitada.
Ter tomado batidas no Bar do Oswaldo na Barra.
Ter um boteco de estimação.
Ter perdido as contas de quantas vezes foi ao Circo Voador.
Saber o que significava, tempos atrás, “pegar submarino na Barra”.
Ver ressaca no Mirante do Leblon.
Ter passeado no trenzinho da Quinta da Boa Vista.
Ouvir versos de improviso de partido-alto à sombra da tamarineira do Cacique de Ramos.
Chegar a qualquer compromisso 10 minutos atrasado se achando “o pontual”.
Ir para o trabalho com sunga ou biquíni sob a roupa para depois dar um mergulho.
Ter feito uma apostinha no Jockey Club da Gávea e xingado de pangaré se o “seu” cavalo não ganhou.
Se referir às ruas de Ipanema só pelo primeiro nome. Vinicius, Aníbal, Farme, Garcia, Prudente, ...
A-do-rar o visual da praia visto do Forte de Copacabana.
Já ter tomado chopp no Amarelinho da Cinelândia.
Ter um bar, restaurante, quiosque, camelô, mercearia ou seja lá o que for, onde consegue pendurar a conta.
Reclamar da confusão da Árvore da Lagoa mas se pegar admirando-a todo ano.
Cantar mais alto os versos de “Cidade Maravilhosa” quando a música é tocada.
Ter cantado junto com a torcida em uma partida de futebol no Maracanã.
Ir a uma missa no Mosteiro de São Bento só para apreciar a igreja e o canto gregoriano.
Subir o Morro da Urca pela trilha e, depois, descer de graça pelo bondinho.
Tentar decifrar os autógrafos nas pilastras da Fiorentina.
Já ter batido boca com flanelinha.
Consultar o Twitter da Lei Seca para saber onde tá rolando blitz.
Segurar a bolsa de alguém que está em pé no ônibus ou no metrô.
Achar o bondinho de Santa Teresa um charme mas quase nunca ou jamais ter andado nele.
Avançar o sinal vermelho tarde da noite sob o pretexto de ter medo de assalto.
Já ter dito que, a única coisa que Niterói tem melhor do que o Rio, é a vista da cidade maravilhosa.
Desconfiar das condições de higiene em que é feito o mate de galão, mas bebe assim mesmo.
Saber se o biscoito Globo está fresco só de dar uma apertadinha no pacote.
Tomar um café na Confeitaria Colombo de vez em quando.
Saber que o samba nasceu na Pedra do Sal no bairro da Saúde.
Já ter batido perna pelo charmoso Morro da Conceição, berço da cidade.
Ter procurado locais que conhece, lá de cima, quando visitou o Cristo Redentor.
Já ter encarado na madrugada um cachorro-quente de barraquinha, um caldo de mocotó de botequim ou um angu do Gomes de carrocinha.
Ter bebido ao menos uma dúzia de chopps no Bar Luiz.
Achar a mureta da Urca uma ótima mesa para beber cerveja.
A-do-rar jogar altinho e frescobol à beira-mar. E, ao mesmo tempo, ser defensor ferrenho da proibição na maior parte do dia.
Tentar um programa diferente mas acabar caindo no lugar de sempre e se divertir muuuuuuito.
Sentir saudade dos tatuís.
Sentir saudade do Tivoli Park na Lagoa.
Prometer que nunca mais vai passar pela roubada de assistir à queima de fogos no réveillon de Copacabana e, mesmo assim, voltar no ano seguinte.
Dançar como se não houvesse amanhã em um ensaio na quadra de escola de samba.
Ter andado no elevador do Cantagalo, ou no plano inclinado do Santa Marta, ou no teleférico do Alemão.
Ter subido na escadaria da Igreja da Penha.
Ter passeado de bicicleta em Paquetá.
Ter passeado de charrete em Petrópolis.
Ter bebido a cerveja Bohemia produzida na antiga fabrica em Petrópolis.
Deitar para relaxar no gramado do Aterro do Flamengo, de preferência nos jardins do Museu de Arte Moderna.
Se irritar com o banco do ônibus molhado e sujo de areia.
Achar o “fim” o taxista não parar para você saindo da praia molhado e sujo de areia.
Curtir o dia inteiro na praia de Grumari ou na Prainha.
Programar uma visita ao sítio de Burle Marx em Guaratiba, mas na hora H sempre aparece outro compromisso.
Ficar de biquíni, só na areia. E se vestir ainda na areia, depois da praia. No calçadão, jamais.
Ter vontade de voar de asa-delta.
Deixar as compras do supermercado para depois, se for rolar um pagode maneiro.
Saborear um Bacalhau Nunca Chega no restaurante Antiquarius ou querer ter grana para isso.
Ter assistido um show de alguma figura ilustre da Velha Guarda no Terreirão do Samba.
Gostar tanto de mesa de bar na calçada que faz coro contra a proibição.
Estar sempre ligado nas novidades visuais da cidade. Aquela pirâmide no Aterro, o deck na praia de Ipanema, a nova iluminação no Cristo, ...
Dar uma volta de pedalinho na Lagoa imaginando como seria bom se a água fosse limpa.
Enfrentar uma fila quilométrica para votar no fim da tarde, depois da praia.
Reclamar do tumulto e que não encontra o que quer, ao fazer as compras de Natal no dia 24 de dezembro.
Reclamar da cidade, mas jamais pensar em trocá-la por outra.

Você é um carioca ...
           
            HALOE (até 25) – Pode até ter nascido no Rio de Janeiro, mas seu comportamento é de visitante ou haloe como os surfistas chamam os que não são locais.

            CARIOQUINHA (de 26 a 50) –É aquele tipo que curte a cidade mas é preciso sair mais de casa e variar os programas.

            CARIOCA DA GEMA (de 51 a 75) – Espécie legítima. Mesmo que não tenha nascido no Rio, você tem um comportamento típico de quem se orgulha de viver em uma das cidades mais lindas do mundo e não cansa de elogiá-la.

            CARIOCAÇO (76 ou mais) – Arrasou. Você sabe tudo e mais algumas das boas coisas da cidade. És um eterno amante desta maravilha sublime.    

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

As 12 Melhores Marchinhas de Carnaval de Todos os Tempos

Marcha de Carnaval, também conhecida como "marchinha", é um gênero de música popular que foi predominante no carnaval dos brasileiros dos anos 20 aos 60 do século XX, quando começou a ser substituída pelo samba enredo em razão de que as escolas de samba não queriam pagar os valores cobrados pelos compositores. No entanto, no Rio de Janeiro, as centenas de blocos carnavalescos que anualmente desfilam durante o carnaval continuam, a cada ano, lançando novas marchinhas e revivendo as antigas.
A primeira marcha foi a composição de 1899 da maestrina Chiquinha Gonzaga, intitulada Ó Abre Alas, feita a pedido do cordão carnavalesco Rosa de Ouro. A canção venceu o carnaval naquele ano.
Um estilo musical importado para o Brasil, descende diretamente das marchas populares portuguesas, partilhando com elas o compasso binário, embora mais acelerado, melodias simples e vivas, e letras picantes, cheias de duplo sentido. As marchas portuguesas faziam grande sucesso no Brasil até 1920, destacando-se Vassourinha, em 1912, e A Baratinha, em 1917. Inicialmente calmas e bucólicas, a partir da segunda década do século XX passaram a ter seu andamento acelerado, devido a influência da música comercial norte-americana da era jazz-bands, tendo como exemplo as marchinhas Eu vi e Zizinha, de 1926, ambas do pianista e compositor José Francisco de Freitas, o Freitinhas.
A marchinha destinada expressamente ao carnaval brasileiro passou a ser produzida com regularidade no Rio de Janeiro, a partir de composições de 1920 como Pois não, Ai amor e Ó pé de anjo. Em meados do século XX atingiu o apogeu na voz de intérpretes como Carmen Miranda, Emilinha Borba, Henrique Foréis Domingues, o Almirante, Mário Reis, Jorge Veiga, Otávio Henrique de Oliveira, o Blecaute, Dalva de Oliveira e Sílvio Caldas que cantavam as composições de João de Barro, o Braguinha, Noel Rosa, Ary Barroso, Lamartine Babo, o Lalá e João Roberto Kelly, entre outros.

Espécie de embrião das escolas de samba, os cordões de foliões agitavam as ruas do Rio de Janeiro. E nas festas, eles cantavam e tocavam marchinhas. A fórmula de sucesso era razoavelmente fácil. Compasso binário, andamentos acelerados, melodias simples e de forte apelo popular, e lógico, letras irônicas, sensuais e engraçadas. As letras, aliás, agradavam demais os foliões. As marchinhas de carnaval tiveram seu auge nos anos 30, 40 e 50 mas muitas delas continuam atuais.
É a maneira mais bem-humorada de se conhecer a história do Rio de Janeiro daquela época. Crônicas urbanas, elas tratam normalmente de temas cotidianos. Histórias do dia-a-dia dos subúrbios cariocas, por muitas vezes, tinham conotação política. O ambíguo, o duplo sentido, a irreverência, a gaiatice, eram muito explorados. Uma forma de dar leveza a temas que não eram assim tão leves.

Muitos concursos já foram realizados ao longo dos anos para escolher as melhores marchinhas e todos falharam na tentativa de obter uma “lista definitiva”. Resolvemos ir atrás do trio elétrico, sassassaricando na cidade maravilhosa com chuva, suor e cerveja. E fomos direto à fonte, ao pote e ao funil. Vimos linda loirinha, linda morena, mulata iê-iê-iê, pirata da perna de pau e um pierrô apaixonado.
Consultamos nos dias 3 a 12/2/2012 alegríssimos foliões nos populares blocos Banda da Barra, Banda de Ipanema, Cacique de Ramos, Clube do Samba, Cordão da Bola Preta, das Carmelitas, Simpatia é Quase Amor e Suvaco do Cristo. Foram 888 votos espontâneos (cada folião indicou, sem lista prévia, duas músicas), registrados em plena rua ou no bar, entre um rebolado e outro ou um gole e mais um, sempre com muita disposição de indicar a sua música favorita. Procuramos equilibrar a quantidade de mulheres, homens e ... idade variada.
Ó abre alas, está chegando a hora de conhecer o resultado da pesquisa.

1. Turma do Funil
No Carnaval se bebe muito. E quem aproveita para chutar o balde, sem qualquer preocupação, nessa época pode se encaixar perfeitamente na Turma do Funil, daqueles que não desperdiçam uma única gota. A marchinha foi criada em 1956 por Mirabeau Pinheiro, M de Oliveira e Urgel de Castro e ganhou uma regravação de muito sucesso em 1980, por Tom Jobim e Miúcha.
Refrão: Chegou a turma do funil / Todo mundo bebe / Mas ninguém dorme no ponto / Ai ai, ninguém dorme no ponto / Nós é que bebemos e eles que ficam tontos
 
2. Mamãe Eu Quero
A gravação original de Mamãe Eu Quero data de 1937, sob autoria de Jararaca e Vicente Paiva. Mas ela só passou a ser uma das queridinhas do Carnaval depois que Carmen Miranda a regravou em 1941. Por isso, quase todo mundo credita a composição erroneamente a ela. 
Refrão: Mamãe eu quero / Mamãe eu quero / Mamãe eu quero mamar / Dá a chupeta / Dá a chupeta / Dá a chupeta / Dá a chupeta pro bebê não chorar
 
3. O Teu Cabelo Não Nega
“Mulata” é o título original desta marcha composta pelos irmãos pernambucanos João e Raul Valença em 1929. A gravadora pediu a Lamartine Babo que a ajustasse ao gosto carioca. O compositor assim o fez, a lançou como único autor, com letra ligeiramente modificada (o estribilho ficou intocado) e com o título de O teu cabelo não nega, que era exatamente o primeiro verso da composição original. Os irmãos Valença entraram na justiça e ganharam a ação. Por acordo, Lamartine passou a constar como coautor. Fez o maior sucesso no carnaval de 1932, mesmo ano em que se realizou o I Baile do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
Refrão: O teu cabelo não nega, mulata / Porque és mulata na cor / Mas como a cor não pega, mulata / Mulata eu quero o teu amor
                                                                          

4. Ó Abre Alas
É a primeira marchinha de que se tem notícia, composta no longínquo 1899 por Chiquinha Gonzaga, e é também a música de maior sucesso da carreira dela. Foi feita sob encomenda para o cordão carnavalesco Rosa de Ouro, do Rio de Janeiro. A canção se tornou um marco, por ser a primeira composição carnavalesca da história brasileira. Chiquinha disse ter se inspirado na cadência que os negros imprimiam à passeata, enquanto desfilavam cantando suas músicas "bárbaras". A expressão "Eu sou da Lira" significa pertencer à boemia, à farra e à cantoria. 
Refrão: Ô abre alas que eu quero passar / Ô abre alas que eu quero passar / Eu sou da lira não posso negar / Eu sou da lira não posso negar
 
5. Saca Rolha
No Carnaval de 1954, essa foi uma das marchinhas mais tocadas. De autoria de Zé da Zilda, Zilda do Zé (eles eram um casal) e Waldir Machado, ganhou um prêmio no concurso de músicas carnavalescas daquele ano.
Refrão: As águas vão rolar / Garrafa cheia eu não quero ver sobrar / Eu passo a mão na saca, saca, saca-rolha / E bebo até me afogar
 
6. Me Dá Um Dinheiro Aí
Ivan, Homero e Glauco Ferreira compuseram Me Dá Um Dinheiro Aí em 1959 que, com a ajuda da voz e do sucesso de Moacir Franco na época, virou um dos lemas de Carnaval de 1960. Marlene e Elizeth Cardoso também gravaram suas versões.
Refrão: Ei, você aí / Me dá um dinheiro aí / Me dá um dinheiro aí
 
7. Aurora
Mário Lago contou os bastidores por trás desta marchinha, feita em uma Quarta-Feira de Cinzas, “numa época em que o fim do carnaval era realmente uma tristeza”. O ano era 1941, e a música ganhou as ruas no Carnaval seguinte, e segue sendo uma das mais tocadas ainda hoje. Em um dia, Roberto Roberti chegou com o refrão para ele, e os dois terminaram a letra juntos.
Refrão: Se você fosse sincera / Ô ô ô ô Aurora / Veja só que bom que era / Ô ô ô ô Aurora

8. Allah-la-ô
O grande sucesso do carnaval de 1941 e de todos os carnavais daí em diante, foi composta por Nássara e Haroldo Lobo e gravada por Carlos Galhardo. Nássara dizia que foi Pixinguinha o "verdadeiro responsável" pelo grande sucesso da marchinha, em virtude da maravilhosa orquestração que elaborou para a música. Ele conta que no dia da gravação ficou estarrecido pois, Pixinguinha tinha dividido a melodia em compassos marcantes, saltitantes, brejeiros, originais, vestindo-a com roupagem da alma popular.
Refrão: Allah-la-ô, ô ô ô, ô ô ô / Mas que calor, ô ô ô, ô ô ô

9. Cachaça Não É Água
Mais uma música de carnaval com autoria polêmica.  A canção, tocada há décadas em bailes e desfiles de Carnaval, foi composta por Marinósio Trigueiros Filho. Natural de Salvador, o baiano Marinósio viveu boa parte de sua vida em Londrina no Paraná, onde aportou no início da década de 1940.
Sua filha Dulcínie revelou que o pai compôs a música em Salvador, quando estava num botequim. “Ele começou a cantarolar e viu que dava samba. Então anotou a letra num guardanapo mesmo”, conta. A letra pode ser uma referência à vida do próprio autor. “Meu pai era boêmio, gostava da noite. Na época ele bebia uísque”, diz Dulcínie. Com a música pronta, Marinósio mudou-se para Londrina. Foi gravá-la, entretanto, somente em 1946 no Uruguai, onde tocava com sua banda.
No carnaval do Rio de Janeiro de 1953, escutou a marchinha, com alteração na letra. Reclamou na União Brasileira de Compositores (UBC), presidida pelo sambista Ataulfo Alves de Sousa, e comprovou que a autoria era sua. Por consenso, o crédito da canção foi dividido entre quatro compositores. Marinósio, que ficou com 40%, Lúcio de Castro, He­­ber Lobato e Mirabeau Pinheiro, cada um com 20%. “A música fez sucesso e como tinham trocado uma linha para melhor, ele concordou em dividir”, diz a filha. Marinósio faleceu em 1990, sem compor outros sucessos, mas não deixou de tocar em bares e boates.
Em 2010, a
Globo Comunicação e Participações foi condenada a pagar R$ 20 mil a cada um dos sete herdeiros de Marinósio por ter omitido o seu nome entre os compositores da música no CD Bonde das Marchinhas, lançado em 2007.
Refrão: Você pensa que cachaça é água? / Cachaça não é água não / Cachaça vem do alambique / E água vem do ribeirão.

10. Cabeleira do Zezé
Composta nos anos 70, de autoria de João Roberto Kelly e Roberto Faissal, é desde então, figurinha carimbada nos bailes de carnaval do Brasil e pelo mundo afora.
Em 2010, a UNESCO concedeu à marchinha de carnaval o título de patrimônio histórico da humanidade. “O valor cultural de Cabeleira do Zezé é imensurável. Essa é uma homenagem feita à cultura brasileira como um todo”, disse em Paris o presidente da UNESCO, o búlgaro Irina Bokova. O cantor João Roberto Kelly se disse emocionado com a imortalização de seu maior sucesso e só conseguiu dizer “Foi muita emoção, foi muita emoção” antes de cair em lágrimas. Ao saber da notícia, Roberto Carlos, em turnê pelo Caribe, incluiu a marchinha em seu repertório.
Refrão: Olha a cabeleira do Zezé! / Será que ele é?! / Será que ele é?!

11. Sassassaricando
O produtor de teatro musicado, Valter Pinto, e sua estrela preferida, a vedete Virgínia Lane, pediram a Luís Antônio e Jota Júnior uma música para "Jabaculê de Penacho", uma peça que iam estrear. A dupla, junto com Oldemar Magalhães, compôs "Sassaricando", marchinha destinada a princípio a animar o quadro "A Dança do Sassarico".
O tema se tornou o motivo da peça, que passou a se chamar "Eu Quero Sassaricar". Do palco, o prestígio da marcha ganhou a cidade, foi o maior sucesso do carnaval de 1952, interpretada por Virgínia Lane, e nos anos seguintes tornou-se um clássico carnavalesco. Criou até mesmo um neologismo, o verbo "sassaricar", de sentido malicioso. Por motivo de arrecadação de direitos autorais, o compositor Jota Júnior aparece na composição com o pseudônimo de Zé Mário.
Refrão: Sassassaricando / Todo mundo leva a vida no arame / Sassassaricando / A viúva, o brotinho e a madame

12. Ta-hí
Uma das músicas mais famosas do Brasil, a marchinha de estrondoso sucesso do carnaval de 1930, Ta-hí foi a composição de maior destaque de Joubert de Carvalho e o primeiro grande hit de Carmen Miranda, que fez seu disco vender mais de 35 mil unidades, em uma época onde grandes artistas vendiam geralmente 1000 cópias. Originalmente, o título da música é “Pra você gostar de mim”, mas Ta-hí foi como ficou conhecida pelo povo. Ao ser apresentado à Carmen, Joubert prometeu-lhe compor uma música para ela gravar. E nessa marchinha, feita em menos de 24 horas, ele buscou criar uma música que tivesse tudo a ver com a personalidade da jovem cantora. Acertou em cheio, pois a canção, além de tornar Carmen conhecida em todo o país, acabou por constituir um marco em sua carreira, acompanhando-a até o fim da vida. Quase 80 anos depois, ganhou uma versão latinizada na interpretação de Marina de la Riva. A doçura da voz da cantora, a sensualidade com que canta, os ritmos latinos, tudo isso confere beleza e sonoridade bem distinta que nada lembra a marchinha interpretada por Carmen Miranda. Ta-hí! é faixa do disco de estréia de Marina.
Refrão: Ta-hí / Eu fiz tudo pra você gostar de mim / Ó, meu bem / Não faz assim comigo, não / Você tem / Você tem / Que me dar seu coração

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Roteiro ao Paraíso - Praia de Lagoinha

Localizada no município de Paraipaba, a 124 km de Fortaleza com acessos pelas rodovias CE-085 e CE-162, Lagoinha é uma das praias mais bonitas do litoral cearense e foi eleita uma das dez mais belas do Brasil em 2008. Em sua extensão de 15 km, a faixa mais procurada fica entre dois morros de areia que formam uma meia lua, onde há bares e restaurantes. A praia tem uma paisagem de cinema, com suas jangadas, lagoas de água doce, coqueiros, um mar verde de deixar qualquer um literalmente boquiaberto e um povo tranquilo e feliz.
Tem esse nome sugestivo graças à abundância de suas lagoas, como Canabrava, Bebê, Grossos, Penha, Barragens e Almécegas, a terceira maior do Ceará. Mas onde o sublime e o belo resolveram se encontrar há mais diversificação. A praia quebra em curvas por entre falésias, dunas, coqueiros, lagoas e paisagens da caatinga, relembrando uma nova versão do sertão que avança ao mar. As quedas d'águas por entre as dunas repletas de coqueiros são outros atrativos naturais.
Quem visita a Lagoinha tem certeza de estar na praia dos sonhos. Um penhasco de 50 metros de altura forma um fascinante mirante natural, de onde se tem uma vista panorâmica da encosta em forma de meia lua, ladeado pela única duna do Ceará de tom avermelhado e uma outra pontilhada de coqueiros que avança para o mar.
O local servia no século XVI como porto para piratas franceses em viagens de exploração pelo Nordeste. Diz a lenda que embaixo das dunas existem tesouros, porém ninguém jamais achou algo até agora, exceto as riquezas naturais que estão bem visíveis e como !
Em uma das extremidades de Lagoinha fica a paisagem mais bela da praia, e talvez de todo o estado do Ceará.
Caprichosamente, entre dunas fixas de areia de cor avermelhada, repletas por coqueiros em meio à encosta, a praia faz uma ondulada e graciosa curva que desemboca em arrefices no mar.
Para o visitante há diversão de sobra, como passeios de bugre, de quadricíclos, de cavalos, de jangada e de chalana em uma barragem. O local é ótimo para a prática de surf, windsurf, regatas e esportes à vela.
A infraestrutura em praia da Lagoinha é uma das melhores do litoral oeste. Barracas, bares, restaurantes e boas pousadas oferecem todo o conforto ao turista. A vila de pescadores ainda preserva o seu original ambiente rústico, bem típico da região.
Vale também muito conhecer a Lagoa das Almécegas, de água límpida e doce, ideal para um refrescante mergulho. Há barcos para passear nela.