quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Cariocas elegem seus templos espirituais de boemia

A Prefeitura do Rio de Janeiro decretou oficialmente na cabalística data de hoje, 12/12/12, o tombamento de 13 bares e botequins como Patrimônio Cultural Carioca.

O decreto considera tais estabelecimentos como locais de convivência democrática, que traduzem o "espírito" carioca de reunir, comemorar e festejar. Na seleção levou-se em consideração também o valor que esses bares e botequins tradicionais tem na preservação da memória intangível da cultura carioca, comentou o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade que coordenou os estudos. Outros aspectos importantes foram a ancestralidade, as características do modus operandi, a continuidade histórica e a relevância local que se tornaram referência para a memória, a identidade cultural e a formação social do carioca.
No Abotica 2013, seminário internacional que discute a importância dos botequins, o foco principal será sensibilizar os empresários a manter as características originais dos seus estabelecimentos, evitando a padronização imposta pelas cervejarias. Um dos convidados, o botequim McSorley's Old Ale House, abriu suas portas em Manhattan, New York, em 1854 e ainda cobre o chão com serragem, entre outras originalidades centenárias que permanecem intocáveis ao longo dos seus 158 anos!    


Adega da Velha - década de 1960 em Botafogo
Rua Paulo Barreto 25  lojas A e B
Em um ambiente que prima pela simplicidade, o cliente tem a opção de se acomodar no pequeno salão refrigerado, numa das mesinhas da calçada ou, se preferir, beber seu chope e petiscar de frente para o balcão de aço. A casa é conhecida entre os entusiastas da culinária nordestina e serve pratos típicos da região de seu Francisco, dono do restaurante. Segundo ele, a carne de sol é o destaque da casa, e pode vir acompanhada de baião de dois, aipim frito e queijo coalho derretido. A carne seca acebolada com aipim e a picanha de sol também fazem sucesso entre os clientes. Às sextas e sábados, a adega serve uma farta feijoada.

Adega Pérola - 1957 em Copacabana
Rua Siqueira Campos 138 loja A
Inaugurada por portugueses da Ilha da Madeira, ficou famosa por receber artistas e pessoas ligadas à cultura da cidade. Com a morte do último dos três sócios, a casa foi comprada por dois antigos clientes. No cardápio, mais de 100 opções de petiscos, como o Pérolas do Mar (Combinado de iguarias do mar com vieiras, camarões e mexilhões). Eles podem ser acompanhados por chopp, cerveja gelada, vinhos, 23 tipos de cachaças ou batidas de frutas. Entre os tira-gostos oferecidos, o alho espanhol ao vinagrete, a mussarela de búfala e o aspargo in natura são boas pedidas. O bar é famoso pelo chope e pela carta de petiscos que incluem bolinho de bacalhau, sardinha, polvo, batatinha calabresa e os famosos rolmops: rolinhos de sardinha crua marinada com cebola. A casa sugere também as saladas de bacalhau e de polvo.

Adonis - 1952 em Benfica
Rua São Luiz Gonzaga 2156 loja A
Famoso pelo chope gelado e pelo Bolinho de Bacalhau, o bar já foi eleito o melhor da cidade, superando as principais casas de culinária portuguesa do Rio de Janeiro. O amplo espaço conta com cardápio variado, no qual é possível encontrar vários pratos feitos com bacalhau, carnes, aves, e outros peixes, bem como petiscos e sanduíches. Em cada dia da semana são servidos alguns pratos específicos, como Galinha ao Molho Pardo com Arroz e Batatas; Cozido Especial com Pirão e Feijão Branco; Rabada com Batatas, Agrião, Arroz e Polenta; Dobradinha com Feijão Branco e Arroz; Cozido Especial com Pirão e Feijão Branco.

Amendoeira - década de 1950 em Maria da Graça
Rua Conde de Azambuja 881
O ambiente simples, o belo balcão e, na frente, a árvore que batiza este estabelecimento acentuam o clima de sossego suburbano. Filha do antigo dono, Cesar, falecido em abril de 2009, Carine Rezende leva o negócio adiante. É um ótimo lugar para passar a tarde de sábado jogando conversa fora enquanto se aprecia o chope  schnitt, na pressão, e o duplo, sem colarinho. De cardápio típico, o bar aposta em poucos, porém bons petiscos. A carne seca cortada em cubos e envolta em farinha é o hit da casa. Outro tira-gosto muito pedido é o bolinho de carne moída, que os clientes apelidaram de "feio", por causa de seu aspecto, e o bolinho de bacalhau com camarão. Prestigiado reduto da boemia na Zona Norte carioca, o bar conserva azulejos coloridos originais, característicos da atmosfera suburbana.

Armazem Cardosão - década de 1940 em Laranjeiras
Rua Cardoso Júnior 312
O lugar surpreende ao parecer um pedaço do subúrbio escondido na Zona Sul. O Cardosão fica bem no alto da Rua Cardoso Júnior, em Laranjeiras, perto da quadra onde ensaia o bloco Xupa, mas não baba, mas a subida ladeira acima vale muito a pena. A simplicidade do ambiente esconde uma cozinha cheia de predicados. Ainda com jeito de mercearia antiga, o bar recebe espontâneas rodas de samba promovidas pelos frequentadores e, justamente por isso, elas não têm dia e hora marcados para acontecer. Mas, felizmente, a feijoada tem todo sábado, a partir das 13h50 mas o problema é que às vezes acaba cedo. Se for o caso, dá para pedir linguado, porção de calabresa, batata frita ou as suas disputadas empadinhas. Antes da subida, aproveite a feira popular da Rua General Glicério. E na quinta é dia de caldo de mocotó.

Bar da Dona Maria - 1950 na Tijuca
Rua Garibaldi 13
Café e Bar Brotinho é o nome oficial, gravado em letras negras pregadas na parede verde-clara, já com sinais de desbotamento. Mas ninguém sabe. Este clássico da Muda é um dos bares cariocas de caráter e personalidade, como a proprietária Dona Maria do Rosário, portuguesa radicada no Rio desde 1957, que mantém a administração familiar, dá expediente detrás do balcão e conhece os clientes pelo nome. As paredes são de azulejo e o balcão, de mármore, como antigamente. O refrigerador é praticamente uma peça de antiquário mas gela as cervejas à perfeição. Gonzaguinha e Ivan Lins bicavam uma cervejinha no boteco que completou meio século em janeiro de 2010. Já o compositor Moacyr Luz ainda hoje volta e meia aparece. Em 2007, com a abertura do Centro de Referência da Música Carioca (CRMC), o clássico botequim conseguiu renovar seu público. Entre os salgadinhos, destaques para os pastéis, as empadinhas e os croquetes de carne. Para acompanhar, cerveja de garrafa no ponto. No sábado tem feijoada e risoto de camarão.

Bip Bip - 1968 em Copacabana
Rua Almirante Gonçalves 50 loja D
O típico "pé sujo", inaugurado por Alfredo Jacinto Melo (ou Alfredinho), é também ponto de encontro de grandes músicos cariocas. Rodas de choro e samba animam as noites do bar, cuja calçada está sempre repleta de frequentadores. Nomes como Beth Carvalho, Walter Alfaiate e Claudio Camunguelo já deram canja por lá. O serviço é totalmente informal e os clientes podem pegar a própria cerveja, diretamente da geladeira. E se a fome bater, o botequim oferece porções de linguiça fatiada, salaminho, bolinho de bacalhau e quibe. O reduzido espaço de apenas 18m² (é inacreditável a saudável bagunça que se produz em tão pouco espaço!) é o local onde todo músico de samba, bossa nova e choro, do mais sensacional ao iniciante, já tocou ou vai tocar, por puro prazer. Lugar que resume bem as contradições, as maluquices e o charme do bairro mais famoso da cidade. É uma reunião de lendas urbanas e palco etílico e afetivo de histórias incríveis. Da inauguração em 13 de dezembro de 68, no fatídico dia do AI5 imposto pelos militares (só o Bip mesmo para alegrar um dia tão sombrio). Da combinação de Alfredo com o antigo proprietário, que vendeu o bar por N doses de whisky, consumidas ao longo dos anos. Do bloco de carnaval mais anárquico e bêbado da cidade e do Rancho Carnavalesco Flor do Sereno, nascido e criado naquele cubículo. Da ceia de Natal organizada anualmente para os moradores de rua da região. Do grupo de assíduos que assume o bar quando a saúde do Alfredo prega uma peça. Do maluco de estimação, o querido e histérico João Pinel. Dos frequentadores famosos e anônimos ilustres, sempre dando intermináveis plantões.

Casa da Cachaça - 1960 na Lapa
Av. Mem de Sá 110
Fundada pelo saudoso Oswaldo da Costa, falecido em 2006, por inspiração do cartunista Jaguar, a casa abriga mais de 2000 tipos diversos de aguardente. Além da degustação em copo farto, a casa oferece de brinde a Carteira de Cachaceiro, um bem-humorado atestado de pé-de-cana. Escondido no antigo Largo do Bonde, hoje Praça João Pessoa, famoso por ser ponto final de bondes, nesse espaço pequeno e apertado, onde quer que se olhe estão as garrafas, em cascatas, penduradas como frutas, nas prateleiras, enfileiradas ou solitárias. Muitas cobertas de poeira, com seus rótulos carcomidos, sinal dos tempos idos. A mais antiga é a Melado da Bahia, de 1962. Fotos de Madame Satã, desenhos de Carlos Zéfiro, o bravo São Jorge, o alambique, a antiquíssima máquina registradora, fundo sonoro com Nelson Cavaquinho, Aldir Blanc, Clara Nunes e mais dezenas de bambas, dão um charme especial ao ambiente. “Seu Osvaldo”, um brasileiro aportuguesado, que se intitula com muito orgulho de Caçador de Cachaça, diz que o cachaceiro é o apreciador da boa cachaça, o pinguço é o beberrão, bebe até água misturada com álcool. "É produto da terra, abençoada por Deus, a cachaça”, diz ele.

Cervantes - 1955 em Copacabana
Av. Prado Júnior 335 loja B
Fundado em 1955, o Cervantes era, no princípio, uma mercearia. Na década de 60 foi adquirido pelos atuais sócios espanhóis, cresceu e tornou-se restaurante mas manteve sua principal vocação de servir grandes e saborosos sanduíches que ficaram famosos pela qualidade e fartura. Na casa, muitos quadros estampam a figura do escritor espanhol Miguel de Cervantes, autor do clássico Dom Quixote. Os 32 tipos de sanduíches da casa tem como marca registrada virem sempre com abacaxi e pão de leite, crocante por fora e macio por dentro, de produção própria. Todos dão água na boca. Não é à toa que o restaurante foi eleito o melhor nessa categoria durante anos seguidos. Abriu duas lojas na Barra da Tijuca em 1994 no Via Parque Shopping e em 2005 na Av. das Américas 5777.

Jobi - 1956 no Leblon
Avenida Ataulfo de Paiva 1166 loja B
Aberto em 1956, o tradicional bar é um dos mais célebres da Zona Sul, reduto da boemia da cidade e aberto todos os dias da semana. Costuma estar cheio, reunindo um público ávido por ver gente e tomar um chope gelado, no burburinho do Baixo Leblon. É um animado ponto de encontro da turma pós-praia ou de boêmios madrugada afora e adentro. Tem varanda e salão interno acanhados. Construída em 1994, a varanda leva a assinatura do arquiteto Chicô Gouvêa, freguês da casa, assim como o apresentador Miele e o músico Davi Moraes. Sócio do bar há 50 anos, Manuel Narciso cuida para que o local esteja sempre limpo e o atendimento impecável. O bar serve desde omelete, batata frita e empadinhas de frango e camarão até pratos como bacalhau à Gomes de Sá. Rissoles de camarão com catupiry, bolinhos de bacalhau, rã à doré com salsinha e carne-seca com farofa também estão entre os petiscos.

Pavão Azul - 1950 em Copacabana
Rua Hilário de Gouveia 71 lojas A e B

Considerado por muitos o mais famoso pé-sujo do bairro. É um bar pequeno com cerca de dez mesas, todas na calçada. Graças ao dedicado e eficiente trabalho das irmãs Vera e Bete Afonso, o popular local é um ambiente de estilo informal muito frequentado. Não raro é possível ver conhecidos artistas e intelectuais se misturando aos ilustres anônimos que chegam a lotar o bar quase todos os dias. Os pratos e petiscos de frutos do mar compõem a maioria das opções da casa. Destaque para prato com risoto de camarão, arroz de polvo e filé de linguado com batata e arroz e para a casquinha à moda pavão azul (casquinha de bacalhau com molho da casa). Tem ainda pastéis de camarão, queijo e carne que agradam muito, e a disputadíssima patanisca de bacalhau.

Salete - 1957 na Tijuca
Rua Afonso Pena 189
O bar foi fundado em 1957 pelo  espanhol Manolo que optou pelo nome em homenagem a sua Santa de devoção, Nossa Senhora da Salete. Conquistou a freguesia com seu espírito carioca e o prazer de receber bem, com pratos bem servidos e as empadinhas que mantém a saborosa fama até hoje. A casa funciona em um belo e antigo sobrado e preserva a típica arquitetura de botequim carioca, com paredes de azulejos brancos e azuis e o chão em preto e branco. É um belíssimo exemplar do ambiente chamado botequim e, só por isso, já vale uma visita de todos os amantes desta instituição. Após a morte em 2003 do fundador, a casa passou a ser administrada pelas filhas que preservaram a arquitetura original do lugar. Além da fantástica empada, considerada por muitos a melhor do Rio, há pratos famosos como o risoto de camarão e o filé à Salete com batatas prussianas, presunto e palmito.

Villarino - 1953 no Centro
Av. Calógeras 6 loja B

Inaugurada como uisqueria, a casa é hoje uma mistura de bar e delicatessen. Virou símbolo e referência da boemia carioca, onde ao final do expediente, poetas, intelectuais, músicos, juízes, advogados, médicos e outros profissionais, amantes de uma boa bebida e um bom papo para descontrair, se encontravam naquela época. Foi em uma das suas mesas que, no verão de 1956, Tom Jobim foi apresentado ao poetinha Vinícius de Moraes, por Lúcio Rangel para musicar a peça Orfeu da Conceição, lançada ao público meses mais tarde. Também foi ali onde se ouviu pela primeira vez o termo Bossa Nova, que ninguém sabia ao certo o que significava, mas acabou dando nome ao novo estilo musical que revolucionou e marcou uma era, admirado no Brasil e no mundo. Dizem que seu autor e primeiro a usar o termo foi Fernando Lobo, usando como qualitativo para nomear tudo que era novidade, outros atribuem a Lúcio Rangel, mas não resta dúvida de que foi no tradicional bar que o termo e o novo estilo musical surgiu. Em uma das paredes do bar, foi instalado um painel fotográfico, em tamanho natural, para homenagear aqueles ilustres boêmios intelectuais. Nessa parede os freqüentadores registravam sua passagem, onde faziam dedicatórias e rabiscos. Pancetti, Di Cavalcanti e Augusto Rodrigues lá deixaram seus primeiros traços e pinceladas, Ary Barroso registrou ali sua inspiração e as primeiras letras da famosa Aquarela do Brasil. O cardápio reúne pratos tradicionais como bacalhau à Gomes de Sá - servido às terças - panquecas de carne e carne assada. Há também opções de tira-gostos, como filé mignon aperitivo e mix de frios. 




sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O perceptivo intérprete dos paradoxais sentimentos da alma mundana

Ao completar 100 anos em 2012, nascido no Recife em 23 de agosto, o leonino Nelson Rodrigues, deixa muitas lembranças. Uma delas é conseguir ser um dos raros brasileiros a escapar da amnésia endêmica, livrando-se do limbo a que são condenados os grandes mortos e efemérides do gênero.
Para os amigos e inimigos era um apaixonado cínico, autor seminal, um feixe de paradoxos, profundo individualista, morcego da emoção coletiva, conservador revolucionário, reacionário censurado, imperador da fantasia, sarcástico imaginativo, usineiro de superlativos, realizador do imaginário, louvador da ditadura, ficcionista delirante, direitista atormentado, …
O dramaturgo, repórter, teatrólogo, cronista, jornalista, romancista e autor de outras facetas mais foi obsessivo confesso e sem cura, obcecado especialmente pela morte, jurava que na infância fugia da escola para assistir a velórios.
Considerado o inventor do teatro brasileiro em 1943 com a peça “Vestido de Noiva”, suas criações incluíram imaginosos personagens, como o padre de passeata, a freira de minissaia, a estudante de psicologia, a estagiária de jornalismo, o idiota da objetividade, a vizinha gorda e patusca, o irmão definitivamente canalha, a dama do lotação, a engraçadinha mas ordinária, Sobrenatural de Almeida, a entrevistadora “cabra vadia”, …

 Colecionador de cenários metafóricos e frasista incomparável, é certo que em alguma esquina ou mesa de bar, haverá sempre alguém evocando uma de suas criaturas ou memoráveis frases.

ü      Só a vaia consagra.
ü      Toda unanimidade é burra.
ü      A crônica policial piorou porque os repórteres não mentem.
ü     Se todo mundo conhecesse a vida íntima de todo mundo, ninguém cumprimentaria ninguém.
ü      A maioria das pessoas imagina que o importante, no diálogo, é a palavra. Engano, o importante é a pausa. É nela que as pessoas se entendem.
ü     Toda a história humana ensina que só os profetas enxergam o óbvio.
ü     É muito difícil não ser canalha. Todas as pressões trabalham para o nosso aviltamento pessoal e coletivo.
ü     Toda mulher bonita é um pouco namorada de si mesma.
ü     O marido não deve ser o último a saber. O marido não deve saber nunca.
ü     O biquíni é uma nudez pior do que a nudez.
ü     Nada nos humilha mais do que a coragem alheia.
ü     Eu me nego a acreditar que um político tenha senso moral.
ü     Que Brasil formidável seria o Brasil se o brasileiro gostasse do brasileiro.
ü     Acho a liberdade mais importante que o pão.
ü     Quem não é canalha na véspera é canalha no dia seguinte.
ü     A fome é mansa e casta. Quem não come não ama, nem odeia.
ü     O cardiologista não tem, como o analista, dez anos para curar o doente. Não há no enfarte a paciência das neuroses
ü     Desconfio muito dos veementes. Via de regra, o sujeito que esbraveja está a um milímetro do erro e da obtusidade.
ü     Jovens: envelheçam rapidamente!
ü     Falta ao virtuoso a feérica, a irisada, a multicolorida variedade do vigarista.
ü     Amar é ser fiel a quem nos trai.
ü     Toda mulher gosta de apanhar. Só as neuróticas reagem.
ü     Quem nunca desejou morrer com o ser amado nunca amou, nem sabe o que é amar.
ü     Sem dentada não há amor possível.
ü     Tarado é toda pessoa normal pega em flagrante.
ü     Todo tímido é candidato a um crime sexual.
ü     A mais sórdida pelada é de uma complexidade shakespeariana.
ü     Um time que tem Pelé é tricampeão nato e hereditário.
ü     O futebol é passional porque é jogado pelo pobre ser humano.
ü     Um Garrincha transcende todos os padrões de julgamento. Estou certo de que o próprio Juízo Final há de sentir-se incompetente para opinar sobre o nosso Mané.
          


segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Açaí – É coisa nossa. Frutinha poderosíssima !

A roxinha fruta cresce em uma palmeira típica do Norte e tem sido um alimento tradicional da região ao longo dos anos. É pequena e de forma arredondada, tem sabor inconfundível e a maior concentração no Brasil está no Estado do Pará. Do açaizeiro aproveitam-se todas as partes, integralmente. Frutas, raízes, palmito, tronco e cachos frutíferos.
Estudos publicados em revistas científicas internacionais confirmam a consagração do açaí como um poderoso antioxidante, grande aliado no combate ao processo de envelhecimento ao atuar contra os radicais livres, elementos envolvidos na destruição das células do organismo.
Tem a capacidade de reduzir o risco de câncer, combater inflamações, prevenir males como o Alzheimer, fortalecer o sistema imunológico, minimizar a disfunção erétil e alterar positivamente as taxas de colesterol, além de ser fonte de proteínas, vitamina E, fósforo, cálcio, ferro e potássio. Rico em fibras, contribui para o bom funcionamento do intestino e sua formação tem 50% de gordura monoinsaturada, a “gordura do bem” para o coração, protegendo-o de doenças vasculares.
O segredo da pequena fruta chama-se antocianina, pigmento antioxidante que dá a cor vermelha arroxeada aos alimentos. Presente também no morango, ameixa, cereja, maçã, amora, framboesa, jabuticaba e na uva vermelha, entre outras, este pigmento tem concentração abundante no açaí. Nos vegetais e legumes encontra-se no repolho, alface e cebola, todos na versão roxa. E, quando optar pela berinjela, preserve a sua casca, onde estão as substâncias bem-vindas.
Pesquisa publicada no Journal of Agricultural and Food Chemistry mostra que o organismo consegue aproveitar melhor as moléculas antioxidantes do açaí.
Mas é preciso conter a empolgação e evitar sair devorando tigelas de açaí afora e adentro, nas lojas de sucos da cidade. A frutinha é muito calórica (100 gramas tem 247 calorias) e vira uma bomba com quase mil calorias ao ser misturada com xarope de guaraná, banana, granola e mel. Há outras tentações na forma de polpa congelada, em pó e crispy, espécie de cereal para ser adicionado em iogurte e salada.    
A melhor forma de consumir as fontes de antocianinas é in natura. Elas vão ajudar suas células a trabalhar em harmonia, deixando o corpo todo em estado de obra-prima.
Graças às suas propriedades nutrientes e revitalizadoras, o açaí também é aplicado em vasta gama de cosméticos, abrangendo hidratantes, sabonetes, xampus e até batom.
Projeto de Lei aprovado no Senado Federal atribui o título de Fruta Nacional ao genuinamente amazônico açaí. O objetivo é afastar a cobiça alheia, pois há empresas estrangeiras tentando registrá-lo como “patente” delas.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Se o pato perde a pata ele fica viúvo ou aleijado?


Quanto é a metade de dois mais dois ?

O que vale ao longo da vida é a visão do mundo sob a ótica de cada um... é seguir a própria intuição...


Na sala de reunião de uma multinacional o diretor nervoso fala com sua equipe de gestores. Agita as mãos, mostra gráficos e, olhando nos olhos de cada um, ameaça: "Ninguém é insubstituível".
A frase parece ecoar nas paredes da sala de reunião em meio ao silêncio. Os gestores se entreolham, alguns abaixam a cabeça. Ninguém ousa falar nada.
De repente um braço se levanta e o diretor se prepara para triturar o atrevido:
- Alguma pergunta?
- Tenho sim. E Beethoven?

- Como? - reage o diretor confuso.
- O senhor disse que ninguém é insubstituível e quem substituiu Beethoven?
Silêncio...
O funcionário fala então:
- As empresas falam em descobrir e reter talentos, mas, no fundo continuam achando que os profissionais são peças dentro da organização e que, quando sai um, é só encontrar outro para por no lugar.
Quem substituiu Tom Jobim? Ayrton Senna? Ghandi? Frank Sinatra? Garrincha? Os Beatles? Santos Dumont? Bobby Fischer? Elvis Presley? Jorge Amado? Pelé? Albert Einstein? Picasso? Mozart? Isaac Newton?
Todos esses talentos marcaram a história fazendo o que gostam e o fizeram muitíssimo bem, ou seja, fizeram seu talento brilhar. E, portanto, são com certeza insubstituíveis.
Está na hora dos líderes das organizações reverem seus conceitos e começarem a pensar em como desenvolver o talento da sua equipe focando no brilho de seus pontos fortes e não utilizando energia em reparar seus erros e deficiências.
Ninguém lembra e nem quer saber que Beethoven era surdo, Picasso instável, Caymi preguiçoso, Kennedy egocêntrico, Elvis paranóico, Fischer recluso, Mozart devasso...
O que queremos é sentir o prazer produzido pelas sinfonias, obras de arte, discursos memoráveis e melodias inesquecíveis.
Líderes de organizações deveriam mudar o olhar sobre a equipe e voltar seus esforços em descobrir os pontos fortes de cada membro. Fazer brilhar o talento de cada um em prol do sucesso de seu projeto.
As empresas que focam em melhorar as fraquezas de suas equipes correm o risco de ser aquele tipo que barraria Garrincha por ter as pernas tortas, Albert Einstein por ter notas baixas na escola, Beethoven por ser surdo. E o mundo teria perdido todos esses talentos e suas obras maravilhosas.
Seguindo este raciocínio, homens e mulheres não teriam qualquer criatividade própria, talento individual... seriam apenas peças substituíveis.
"Estamos todos muito tristes com a 'partida' de nosso irmão Zacarias... e hoje, para substituí-lo, chamamos... ninguém... pois nosso Zaca é insubstituível", disseram seus companheiros no programa 'Os Trapalhões'.
"Sou um só, mas ainda assim sou um. Não posso fazer tudo..., mas posso fazer alguma coisa. Por não poder fazer tudo, não me recusarei a fazer o pouco que posso. O que fizer, vem do fundo de mim, é fruto da minha criação".

Autor desconhecido.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Roteiro de Sonho – Ilhas Phi Phi

Em alguns poucos lugares do mundo temos a sensação de estar no paraíso. Coisa de outro planeta... Paisagem de sonho... Mas o que é um cenário paradisíaco? Areia branca e fina... Mar calmo de águas quentes e cristalinas... Tempo ensolarado o ano inteiro... Natureza que não acaba mais... Passarinhos cantarolando bem alegres... Mar translúcido absolutamente inacreditável, em tonalidades do verde esmeralda ao azul turquesa... Lugar aonde não se perde o fôlego porque não tem mais ar, se foi todo no primeiro olhar? Bem, as ilhas Phi Phi oferecem tudo isso e muito mais...
O arquipélago de Koh Phi Phi pertence à Tailândia e fica no Mar de Andaman no Oceano Índico, a 700 km da capital Bangkok e a 45 km de Mueang Phuket, uma das principais cidades das Ilhas Phuket, situadas no extremo sul da Tailândia.
Koh Phi Phi é composto por seis ilhas, as duas principais são Phi Phi Don e Phi Phi Lay, ficam a cerca de duas horas de barco de Phuket, um dos destinos mais populares da Tailândia. Primeiro foram frequentadas por intrépidos alpinistas, que consideram os seus enormes paredões rochosos como um desafio e tanto. Mas rapidamente a beleza das suas paisagens e a enorme variedade de flora e fauna aquáticas fizeram fama e as Phi Phi passaram a ser igualmente procuradas pelos amantes do mergulho, da natureza e do dolce farniente.
Em 26 de dezembro de 2004, as Ilhas Phi Phi foram devastadas pelo forte tsunami resultante do terremoto do Índico. Boa parte da infraestrutura de Phi Phi Don foi arrastada mas a destruição já não é tão visível, restando alguns corais quebrados nas praias e alguns destroços de construções antigas.
Chegar ao paraíso é fácil, apesar da única via ser o mar e não existir aeroporto. De Bangkok, há ônibus ou trem para as Ilhas Phuket e depois barcos saem do porto em direção à praia de Ban Ton Sai, onde fica o píer que recebe todos os visitantes das Ilhas Phi Phi, em viagem de lancha grande, estilo speed boat,  que dura cerca de 2 horas.
É reserva natural da UNESCO desde 1983 e apesar de ser visitado por milhares de turistas anualmente continua a manter a sua beleza natural, um verdadeiro tesouro, repleto de cenários maravilhosos. As ilhas de sonho são o destino número um de férias dos nórdicos e escandinavos, destacando-se os suecos e os noruegueses. É o ponto turístico mais popular na costa alta do Mar de Andaman, particularmente de dezembro a março, quando milhares de turistas nacionais e estrangeiros preenchem todos os quartos e bungalows existentes.
Nas ilhas Koh Phi Phi, em terra ou no mar, parece que a fauna e a flora combinaram sempre estar em perfeição com as características geológicas do arquipélago. Visão encantadora, quase imaginária, de grandes montanhas de rocha a sair do meio do mar, lagoas interiores onde floresce a vida marinha, águas mornas e tranquilas, vegetação tropical, densa e luxuriante.
Koh Phi Phi Don e Koh Phi Phi Lay são duas ilhas lindíssimas, berçário repleto de vida marinha, animais raros e vegetação nativa impressionantes. Um dos pontos interessantes das ilhas do arquipélago é que elas são montanhosas, apesar de pequenas,  o que lhes proporciona um ar mais selvagem e misterioso.
A maioria dos visitantes apenas conhecia  Phi Phi Don, que consiste em duas ilhas unidas por um istmo, a única a ter boa infraestrutura turística, essencialmente concentrada na vila piscatória muçulmana de Ban Ton Sai, mas desconhecia a sua irmã menor, a Phi Phi Lay, onde ainda hoje não é permitido pernoitar, não há qualquer tipo de construção e ali o turismo se resumia às visitas as pinturas rupestres da Gruta Viking. Tudo mudou após o filme de 1999 A Praia (The Beach) com Leonardo DiCaprio.
PHI PHI DON – Praia por todos os lados
Tem superfície montanhosa, repleta de falésias e coberta por densa vegetação tropical que, nas áreas mais planas, vai ao encontro dos longos areais brancos das praias.
As duas maiores praias da Phi Phi Don estão separadas por uma estreita faixa de terra. Ao norte, na localidade de Ao Lo Dalam há dezenas de pequenos resorts, bares, restaurantes e discotecas que cresce descontroladamente até a enseada oposta. Na parte central da ilha ficam alojados apenas os amantes da vida noturna, enquanto quem vem para desfrutar da natureza em paz e sossego, opta por ficar nas extremidades de Phi Phi Don.
Ao largo da enseada de Ao Lo Dalam, o mar é pouco profundo. Durante a maré baixa surge um grande banco de areia na enorme baía. À sombra de uma linha de coqueiros, estão as mesas dos bares e restaurantes, sempre prontos a servir as suas especialidades gastronômicas ou os melhores cocktails. E algumas casas de massagem tailandesa ficam logo atrás. 
Na enseada virada ao sul está Ao Ton Sai e uma caótica aldeia muçulmana de palafitas, à frente da qual atracam os barcos provenientes de Phuket e Krabi.
Os amantes do mergulho se deliciam à beça ao explorar uma fauna marinha riquíssima em número, espécies e cor, que se agrupa nas pequenas lagoas no interior das formações de rocha calcária espalhadas pelo mar, em um dos melhores destinos do mundo para praticar snorkelling (mergulho usando snorkel, o tubo que permite a respiração na superfície) e scuba diving (mergulho com equipamento autônomo de respiração). Muitos dizem que o mergulho em Phi Phi proporciona a sensação incrível de entrar em um aquário gigante, tantos são os cardumes multicolores que se cruzam e se deixam perseguir lentamente, numa interação deliciosa e hipnotizante.
Em Phi Phi Don, tem uma vasta variedade de bares na beira da praia, hotéis e restaurantes para todos gostos e bolsos. Os mais procurados restaurantes tem comida italiana e tailandesa, e maioria fica na parte central da ilha. Hotéis variam de mega resorts à albergues e a maioria fica próxima do porto. A hospedagem na ilha custa um pouco mais caro que no resto da Tailândia. 

PHI PHI LAY – A ilha de A Praia, o filme
Cheia de misteriosos e belos atributos naturais, Phi Phi Lay está coberta de vegetação exuberante que disfarça os muitos penhascos com várias grutas nas suas bases. A mais famosa é a Viking, que inclui um lago formado por uma fenda entre dois rochedos e permite a entrada da água para uma espécie de desfiladeiro. No interior, estão pinturas de figuras humanas, de animais e de juncos asiáticos, feitas há mais de mil anos.
No topo dos seus penhascos, há centenas de ninhos de andorinhas-do-mar. Foi somente depois de Hollywood rodar, na fantástica Maya Bay, algumas das cenas do filme A Praia, nos anos noventa, que Phi Phi Lay se tornou mundialmente famosa. Na época houve polêmica e manifestações de protesto pelo uso de um dos mais importantes parques naturais da Tailândia.

Dicas para curtir Koh Phi Phi

O arquipélago Phi Phi é um dos lugares mais bonitos do mundo. Graças  ao filme A Praia, que revelou a ilha para o mundo, passou a ter muita gente, preços altos e praias com mega resorts. Conheça as dicas para Phi Phi se tornar tão encantadora para você quanto para os sortudos viajantes do período “pré-leocapriano”.
# No centrinho ou na praia de Ao Lo Dalam, a balada sacode os alicerces e agita as águas da ilha até a manhã seguinte.
# Na sossegada Hat Yao (Long Beach) e outras prainhas semidesertas afastadas, há hotéis exclusivos e outras ainda conservam bangalôs de bambu. Os barcos para lá saem da praia ao lado do píer.      
# Para aquela comida típica e deliciosa evite os restaurantes ocidentalizados e prefira as banquinhas no mercado na frente do píer. Mr. Tee, Papaya e Tiger Bar tem opções tiranossáuricas.
# Mergulhe! Mergulhe! Mergulhe! Acredite, a ilha pode ser ainda mais encantadora submergindo. Tartarugas, tubarões (sim!!), peixe-leão, corais intactos, cardumes de peixes coloridos. Os arredores de Phi Phi estão entre os melhores lugares do mundo para mergulhar. Em Loh Samah Bay nadar perto de corais e ver todos aqueles peixes e as cores do fundo do mar é deslumbrante.
# A badalada Maya Bay tem densidade demográfica de pessoas e barcos altíssima. Mas é algo que você tem que fazer de qualquer jeito, é uma experiência transcendental que vai ficar na sua mente por muito, muito tempo. É lindo de viver!
# A ilha e seus arredores de natureza intacta são um vasto paraíso de enseadas com areias brancas e águas esmeralda e turquesa. Pegue um barquinho para uma das praias semidesertas como Monkey Beach ou vá até o cantinho onde está a rocha na qual o povo pratica escalada. É um milagroso recanto de sossego a menos de 5 minutos do píer.
# O período de menor afluência é entre abril e novembro, a temporada seca. Evite a época do ano novo chinês, o maior feriado da China, que pode durar de 7 a 15 dias dependendo da região e da combinação dos dias de semana no início de cada ano.
# Em Pileh Cove tem uma lagoa natural de água tão azul que dá a impressão de ser uma pintura cuidadosamente traçada.
# Alugue um longtail boat, aqueles barcos compridos, típicos da região, trace um roteiro básico e vá praias afora e adentro, aonde bem entender. Dedique horas a Bamboo Island, uma das ilhas do arquipélago, é um passeio imperdível.
# Em Koh Khai, há diversas barraquinhas vendendo drinks, comidas e souvernirs, e claro, snorkelling e scuba diving.
# Suba pela rota de fuga de tsunami até um dos pontos mais altos da ilha, aprecie uma vista extasiante com direito ao pôr-do-sol inebriante.

Carpem die! Zum Wohl! C’est le bonheur! Aprovecha al día!
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