terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Roteiro ao Paraíso - Punta Cana

Localizada  na província de La Altagracia, na parte leste da República Dominicana, Punta Cana fica em pleno encontro do Mar do Caribe com o Oceano Atlântico.
Depois da natureza paradisíaca, o maior atrativo de Punta Cana são os resorts no estilo de hospedagem all-inclusive (tudo incluído), onde o frigobar é abastecido por demanda, as refeições por consumo, as atrações por disposição e não há risco de surpresas no check out.
A região tem mais de 50 hotéis com cerca de 35 mil quartos no total, um mega complexo turístico-hoteleiro construído a partir de 1969. Perfeito para quem quer aproveitar as belezas naturais sem precisar se deslocar e com excelente infraestrutura para qualquer idade. 
Os resorts são gigantescos e não é difícil se perder nos caminhos entre eles, até para quem tem um GPS “à bordo”. É bom ter à mão o mapa que acompanha a pulseira estilizada à moda local, amarrada no pulso no momento do check in. Caso contrário, para achar o caminho desejado você vai apelar aos carrinhos elétricos e trenzinhos que circulam 24h por dia.
 A vida nos resorts é cheia de curtições, atividades diversas e atrações variadas. Jogos, esportes de quadra e aquáticos, golfe, recreação, ginástica, (hidro)massagem, excursões, mergulho, restaurantes com diferentes culinárias, discotecas, jantar temático à beira da piscina, spa, cassino, passeio à cavalo, caiaques, veleiros, snorkel, windsurf, ...tudo incluído.
Além da beleza estonteante, todas as praias são muito bem preservadas e as autoridades locais são zelosas no planejamento da programação dos passeios, realizados somente sob permissão, de modo a distribuir o fluxo de turistas para evitar a lotação das praias.
Areia branca e fofinha, água cristalina na temperatura ideal em diversos tons de azul esverdeado ou seria verde azulado...que dúvida cruel! Emoldurando a paisagem, um coqueiral cênico se estendendo no horizonte... “Eso es Punta Cana”, terra de sol abundante e água fresca.
O passeio mais procurado é para a Ilha Saona no Mar do Caribe que leva 40 minutos de lancha a partir da praia de Bayahibe. É de ficar sem fôlego diante de cenário tão deslumbrante. Mas esqueça quando dizem que foi lá a filmagem de “Lagoa Azul (Blue Lagoon)”, pois na verdade o longa foi gravado nas Ilhas Fiji no Oceano Pacífico. No trajeto há parada nas piscinas naturais, onde se admira as estrelas-do-mar a olho nu, graças à transparência das águas. Passa-se pelo encontro das águas do Mar do Caribe com o Oceano Atlântico, uma divisão que salta aos olhos diante do azul turquesa caribenho perante o azul escuro atlântico. Na ilha, as maravilhas da natureza são embriagantes...o dia passa rápido. No bufê do almoço há frutos do mar, legumes frescos e o tradicional arroz com feijão vermelho (habichuelas rojas). É comum encontrar pescadores vendendo enormes lagostas vivas recém pescadas. Os deliciosos crustáceos são preparados grelhados na hora.

Depois de descobrir a América em 1492, o navegador genovês Cristóvão Colombo voltou outras vezes à República Dominicana. Passou pela Ilha Saona, depois de explorar Cuba e Jamaica, em 1494, quando registrou um eclipse lunar em setembro daquele ano.

Em 1944, a Ilha Saona se tornou parte da área de preservação ambiental do Parque Nacional del Este, principalmente pela grande variedade de aves marinhas.
Outro passeio bastante popular é para a Dophin Island na praia Bavaro. Um típico momento caribenho é nadar com golfinhos. Um deque foi montado no meio do mar, a cinco minutos de lancha da praia. Debaixo d’água há tanques separados por redes para as estrelas do show. Golfinhos, arraias, tubarões-lixa e leões marinhos ficam em seus “camarins” à espera do espetáculo. Os golfinhos rodopiam, saltam, cantam e até beijam os visitantes.

A República Dominicana é o maior produtor de charutos do mundo. Foi beneficiada pelas suas relações amigáveis com os EUA e pelos embargos comerciais que o vizinho e concorrente Cuba sofre há décadas. Aos apreciadores, há visitas gratuitas com degustações à algumas fábricas.   

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Crème de la crème – 100 anos do brasileiríssimo Catupiry

Em 1911 a população brasileira era de 24 milhões, em 2011 é de quase 200 milhões. Foi uma época de muita intriga política, agitação social e greves pela redução da jornada de trabalho que chegava a 14 horas diárias. O Estado, liderado pelo presidente Hermes da Fonseca, sobrinho de Deodoro, o proclamador da República, enfrentou pela primeira vez os poderosos clãs de fazendeiros do Nordeste, oligarquias que dominavam a economia rural.
Entre tanto tumulto, houve um fato saboroso para a História do Brasil. O imigrante italiano Mario Silvestrini criava na estância hidromineral de Lambari, Minas Gerais, o produto que se tornaria sinônimo de qualidade da categoria e entraria para o Dicionário Internacional de Queijos, Les Fromages de Les Editions Larousse.
Nascia o Catupiry, o pai de todos os requeijões brasileiros.
O nome, que em tupi-guarani significa excelente, é uma homenagem de Silvestrini ao Brasil que o acolheu junto com um leva de quase cem mil imigrantes.
Após um século, a empresa produtora Lacticínios Catupiry mantém guardado a sete chaves o segredo da sua receita. A base é composta por leite fresco, creme de leite, fermento lácteo, massa coalhada e sal, mas o tempo de cozimento, temperatura, dosagem e qualidade dos ingredientes são sigilo absoluto. O mistério é tamanho que a produção é compartimentada em linhas de montagem em quatro fábricas em São Paulo, Minas Gerais e Goiás, onde as visitas são proibidas.
O “requeijão cremoso” da caixinha redonda, originalmente de madeira, e logotipo nas cores azul, vermelho e branco vendeu em 2011 cerca de R$250 milhões, uma demanda com crescimento de 25%. A tradicional embalagem de madeira, a madeirinha, tem uma produção simbólica e pode ser encontrada em algumas delicatessen.
O fundador faleceu em 1961 e uma sobrinha-neta participa da gestão da empresa, que foi profissionalizada. Há quase oito mil clientes espalhados pelo Brasil, entre os quais seis mil pizzarias.
A pizza com Catupiry foi criada por um vendedor do requeijão que um dia em casa resolveu colocar na massa caseira o produto que vendia nas cantinas italianas. A idéia deu tão certo que virou mania nacional a pizza de “borda com Catupiry”.
Por ter baixo teor de acidez, o Catupiry se tornou um ingrediente indispensável para inúmeros pratos. É um dos símbolos mais significativos da gastronomia brasileira sendo usado em entradas, petiscos, pratos e sobremesas. É presença certa no camarão empanado, coxinha de galinha, camarão na moranga e no mineiro "Romeu e Julieta". 
Em 2009 surgiu a versão Catupiry Light, 43% a menos de gordura, para atender às exigências do mercado saudável, mas tem gente que não está nem aí. “O bom é com gordura. O sabor, a textura e aquele salzinho no final são inconfundíveis. Identifico na hora”, diz uma cliente enquanto saboreia um camarão com Catupiry.
Em 1997 o INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) reconheceu o Catupiry como Marca Notória, título que lhe garante os direitos autorais da marca e do produto.
Em 2005 o Inmetro identificou 59 marcas diferentes de requeijão fabricadas em nove estados, mas o Catupiry continua sendo a preferência nacional.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Roteiro de Gourmet no Rio de Janeiro – Apenas os melhores !

Culinária tão diversificada quanto a carioca se encontra em poucas cidades no país e no mundo.
Restaurantes estrelados com sabor francês, português, italiano, espanhol e japonês dividem a preferência dos comensais com botequins tradicionais que continuam arrastando uma multidão de fiéis para as suas mesas com tampo de mármore branco e cadeiras de madeira.
Com tantas opções, elaborar uma lista com os melhores comes e bebes da cidade é uma tarefa de gigante...que bom !
A seleção apresentada a seguir se baseia na opinião de habituées consagrados, chefs célebres e gourmets famosos.
Acrescentamos somente dois conceitos: o item indicado deve “estar em cartaz”, ou seja, ser servido há mais de 10 anos e quando a casa tenta retirá-lo do cardápio a chiadeira é geral.

Gran piatto di mare – Satyricon
O proprietário do restaurante exporta frutos do mar para a Europa, mas antes de enviar os pescados, seleciona o que há de melhor para a sua casa. No gran piatto há de tudo um pouco. Mexilhões, lagostas, camarões, lascas de bacalhau, atum, ovas de peixes, vôngoles, lagostins e ostras.

Arroz de pato – Antiquarius
Muitos dizem que esse prato é melhor aqui do que na região do Alentejo. O dono português do restaurante inovou, preparando-o com pedaços generosos da ave e cozinhando o arroz no molho do próprio pato, sem levá-lo ao forno. O resultado é um prato saboroso e suculento.

Picanha – Porcão
A casa, fundada em 1975 na Av. Brasil, importa todas as peças da Argentina. A carne é servida com a parte externa grelhada, levemente temperada com sal, e o miolo suculento. Esse estilo de preparação da picanha é um dos bons segredos da churrascaria.

Tiramissu – Cipriani
A clássica sobremesa italiana é encontrada em vários restaurantes cariocas e se tornou quase banal, exceto a preparada pelo chef veneziano, como ela, Francesco Carli. Além de belíssimo, seu tiramissu é leve, com mascarpone original, café e creme de leite fresco.

Sashimi de cavaquinha – Azumi
Idéia exótica e saborosa da casa que apresenta constantes novidades no cardápio. O chef abate o crustáceo na hora e prepara a carne, servida com shoyo e raiz forte, ao gosto. Depois, é servido o restante da cavaquinha cozida.

Pizza de calabresa – Fiammetta
O requinte artesanal das suas pizzas no forno à lenha com as bordas infladas e com delicioso sabor de pão conquistou os cariocas. O recheio da massa leva molho de tomate italiano, mussarela fior de latte, azeite extra-virgem e folhas frescas. A melhor é a sensacional cobertura de calabresa, lingüiça preparada especialmente para a casa, concentra pouca gordura e tem leve sabor picante. A Fiamma, eleita a melhor do Brasil em 2002, também é imperdível.

Shiitake no forno a lenha – Capricciosa
É o maior trunfo da casa. O cogumelo fica irresistível depois de assado no forno a lenha. Servidos inteiros e temperados apenas com azeite extra-virgem, sal e alho. Imbatível.

Saquerita de lichia – Sushi Leblon
O segredo é a fruta importada do Japão em compota, concentrada em calda de açúcar. Ao acrescentar a dose certa de saquê de boa qualidade, a bebida fica na medida, nem muito doce, nem com forte gosto de álcool.

Fondue – Hansl
Uma vista deslumbrante da Barra da Tijuca fica melhor ainda degustando uma fondue de carne, opções de filet mignon ou picanha. As peças são servidas em cubos bem limpos e com vários molhos preparados no autêntico estilo austríaco.

Pastel – Guimas
O restaurante foi um dos primeiros a usar recheios mais sofisticados nos pastéis. O de queijo brie virou um clássico e o de camarão é adorado. Tem tudo a ver com a badalação do "Baixo Gávea".

Bolinho de bacalhau – Adega d’Ouro
Essa disputa é acirradíssima. Quase todo boteco serve essa iguaria, mas nenhum bolinho se compara ao preparado no simpático e típico restaurante de Vicente de Carvalho, na Zona Norte da cidade, bem perto da estação do Metrô. Leva os ingredientes que todo mundo conhece: bacalhau, batata e azeitona. O segredo do especialíssimo sabor está nos itens adicionais que ninguém sabe quais são.

Paella – Parador Valencia
“Um pedaço da Espanha em Itaipava”. É verdade, vale muito a pena subir a serra para saborear este legítimo prato espanhol. Na preparação são usados ingredientes locais, mas o toque do chef é de um verdadeiro valenciano, como o prato, o preferido desta cidade da costa leste da península Ibérica, bem em frente ao Mediterrâneo.

Escondidinho – Academia da Cachaça
O prato chega à mesa coberto por uma espessa camada de queijo e o conteúdo escondido é um creme de aipim mesclado com carne seca desfiada. A receita nordestina é seguida à risca.

Pargo ao sal grosso – Margutta
Clássico do mediterrâneo, onde o peixe é levemente temperado com ervas frescas e azeite, e todo coberto por uma camada de sal grosso antes de ir ao forno. O toque do chef consiste em evitar que o sabor da iguaria seja mascarado pelos ingredientes.

Feijoada 1 – Escola de Samba Mangueira
O prato favorito dos cariocas é sempre muito festejado e festeiro, agora literalmente, e com samba no pé e no prato. Em 2011, no primeiro concurso do gênero, a receita preparada pelas cozinheiras da verde e rosa, comandadas pela dedicada dona Ângela, foi eleita a melhor da cidade.

Feijoada 2 – Casa da Feijoada
Essa é no estilo exportação, servida com mais requinte em ambiente confortável.
A mudança maior está no tempero mais suave mas mantendo o típico sabor deste inigualável prato criado pelos escravos que traziam o feijão preto e temperos da África e as negras cozinheiras do Brasil colonial preparavam com carnes brasileiras, acrescentando farinha de mandioca, pimenta malagueta e laranja que eram abundantes aqui.

Feijoada 3 – Rocinha e Vidigal
Com muito sabor e agora bem temperada pela segurança proporcionada pela UPP (Unidade de Polícia Pacificadora), o prato mais consumido nas comunidades tem dois endereços certos aos sábados e domingos. Na laje da tia Léa no Vidigal e na laje do Carlinhos Baiano na Rocinha, na entrada da Rua 1. O paladar é delicioso e a vista deslumbrante. Com seus pratos saborosos e ousadia, tia Léa já convidou Lula, o presidente da França, Nicolas Sarkozy e até o presidente americano, Barack Obama, para provar suas iguarias. Ela diz que eles vão adorar também a caipirinha bem “arretada” com que irá recepcioná-los. Dos dois últimos, recebeu emails agradecendo o convite e disseram que “vão agendar”.

Leitão à pururuca – Parrô do Valentin
Como dizem os mineiros, “Isso é coisinha da dinda!”, mas esse saborosíssimo prato é preparado em um tradicional restaurante português, tipicamente decorado, às margens do rio Piabanha em Itaipava. Pururucar significa deixar que a pele fique bem crocante, fazendo aquele som característico ao mastigá-la. Quanto ao tempero...bem, voce sabe, isso é coisa de mineiro.  

Ribs on the Barbie Outback
Costela de porco defumada e grelhada, regada ao molho barbecue ou billabong, servida com fritas e Cinnamon Apples (maçãs caramelizadas). O modo de preparo desse prato de sucesso é um dos segredos mais bem guardados da casa. É mais uma daquelas receitas que gostaríamos de ter.

Kassler com salada de batata – Bar Luiz
O tradicionalíssimo Bar Luiz, fundado em 3 de janeiro de 1887, quando Dom Pedro II era o Imperador do Brasil e o Rio de Janeiro a capital do Império. O nome inicial de batismo era "Zum Schlauch" (A Serpentina, em alemão), especializado em servir cerveja em suas mesas de mármore. Reduto histórico da boemia e da política, foi consagrado ao longo dos anos como ponto de referência na memória e no cotidiano do carioca. Depois da era da cerveja com aperitivos, veio o chopp com pratos da culinária alemã. O chopp é considerado um dos melhores do Brasil há muitos anos e o “quase obrigatório” kassler com salada de batata é servido com sucesso praticamente desde a fundação.

Camarão grelhado ao sal grosso – La Plancha
O ambiente é rústico, mas tipicamente aconchegante. Inaugurada em 1994 com apenas 40 lugares, no Mercado do Produtor da Barra da Tijuca no Rio de Janeiro, a casa é abastecida pelos frutos do mar da peixaria da família espanhola Barcia, que fica no corredor ao lado. À qualidade e ao frescor dos pescados são acrescidas generosas pitadas de temperos espanhóis, alguns trazidos diretamente da Europa, sempre com a incansável dona Rosa comandando tudo.

Moqueca de lagosta Sentaí
Conhecido como o Rei da Lagosta, esse simpático e peculiar representante da culinária lusitana, se especializou no mais nobre dos crustáceos. No Rio Antigo era frequentado por celebridades, políticos e estrelas do cenário carioca da época. Faz questão de manter o tradicional ambiente, bem próximo da Central do Brasil, no centro do Rio.

Lombinho com queijo e abacaxi – Cervantes
Esse sanduíche é a preferência dos notívagos famintos, mas também é cultuado durante o dia. O restaurante, fundado em 1955 como mercearia que servia sanduíches famosos pela qualidade e fartura, foi um dos primeiros na cidade a misturar com sucesso doce com salgado. O segredo é o abacaxi em calda, menos ácido que a fruta ao natural. 

Empada – do Alfredo
Essa derrete saborosamente na boca. Assadas na lenha em uma carrocinha metálica somente sábado, domingo e feriado na praia de São Francisco em Niterói. Alfredo prepara uma massa finíssima com espessura mínima para segurar o recheio cremoso e quentinho, o que deixa a empada bem leve.

Omelete – Casa da Suíça
Parece fácil de fazer e...não é. Experimente esse que vem com textura semelhante à de suflê e com recheio de queijos e cogumelos. A tradicionalíssima e estilosa casa, continua sendo capaz de preparar surpresas, como transformar um simples (!?) e corriqueiro prato em um must.

Polvo grelhado – Fim de Tarde
A casa foi inaugurada em 1973 e mantém até hoje tradições da época, como garçons de terno branco e gravata preta, alguns usam summer. A proposta inicial era de ser um bar em estilo madrilenho com petiscos, mas as porções agradaram a clientela, que passou a pedir também pratos típicos, e no ano seguinte a casa passou a ser restaurante. O elegante dono é da Galícia, região de adorável gastronomia meio espanhola, meio portuguesa. A cozinha tem o seu forte nos frutos do mar. O polvo grelhado é perfumado com páprica, a doce e a picante.

Capuccino – Noz Moscada
Hoje é fácil encontrá-lo. Difícil é achar um bom. O conhecido preparo leva café expresso, chocolate em pó, espuma de leite cremosa e canela polvilhada. O segredo está na proporção de cada ingrediente. Ao servir, um atrativo no visual é a xícara coberta de espuma do leite quente.

Tournedos Bernois – Auberge Suisse
Um dos mais prestigiados restaurantes da região serrana fluminense, contempla os paladares mais exigentes, em ambiente intimista e vista deslumbrante. A arquitetura do lugar tem inspiração alpina e a gastronomia, à moda francesa e suíca, tem pratos criados exclusivamente pela proprietária que cultiva, em horta no local, temperos, verduras e legumes. Queijos, massas e molhos também são de produção própria. Há ainda uma área conhecida como fazendinha, reservada à criação de animais que, não raro, dão origem à saborosíssimos pratos. O Tournedos Bernois é alto, envolto com bacon ao molho de vinho tinto e ameixas.     

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

As estrelas salpicadas nas canções da MPB

Paula Fernandes, Maria Rita, Ana Carolina, Joanna, Jane Duboc, Amelinha, Vanessa da Mata, Ithamara Coorax, ...

Jeito sedutor que conquista com um simples olhar.
Voz, ora sorridente, ora misteriosa, ora amorosa, mas que fala direto ao coração e faz transbordar emoções.
Balanço do corpo que enfeitiça a alma.
Imagem iluminada que queremos sempre perto, acariciando o espírito.

Quem tem todo esse poder...são poucas, pouquíssimas...

Paula Fernandes
Aos oito anos, aprendi uma canção que queria cantar insistentemente  para a minha mãe, mas como ela estava sempre ocupada, não tinha tempo para ouvir. Mas quando ouviu, logo se encantou. A partir daí, não parei mais. Um dos meus maiores prazeres é cantar músicas de rodeio. Sou uma pessoa muito simples e apaixonada pelo meu trabalho. Sempre fui sossegada, discreta e com vida pacada. Adorava ficar no meio do mato. Para mim o sucesso é fruto de muitos anos de trabalho e dedicação. Meus ídolos na música são Milton Nascimento, Sergio Reis e Almir Sater. Me considero uma mulher sensual, não sexy. Gosto de homem sensível, quero me casar e ter um casal de filhos. Meu maior sonho é comprar uma terrinha e meia dúzia de cavalos. Meu maior defeito é ser perfeccionista e a virtude é ser responsável. Vou guardar para sempre na alma o que senti naquele especial de fim de ano de 2010 ao cantar ao lado do Roberto Carlos.”

Paula Fernandes de Souza nasceu em 28 de agosto de 1984 em Sete Lagoas, Minas Gerais. É cantora, compositora e arranjadora. Foi eleita em 2011 a 16ª mulher mais sexy do mundo pela revista VIP. Em 2011 foi a pessoa mais acessada da Google Brasil.
Começou a cantar com oito anos de idade e lançou seu primeiro álbum independente aos dez, em disco de vinil. Aos doze anos, mudou-se para São Paulo e foi contratada por uma companhia de rodeios, com a qual viajou por todo o país durante cinco anos e aprendeu muito sobre palcos.
O segundo álbum, Ana Rayo, foi inspirado no sucesso da novela A História de Ana Raio e Zé Trovão. Várias dificuldades fizeram com que, aos 18 anos, desistisse da carreira artística e voltasse para Minas Gerais. Cursou Geografia em Belo Horizonte e, paralelamente, tocava e cantava em barzinhos.
Após gravar o sucesso Ave Maria Natureza para a novela América, lançou o CD Canções do Vento Sul com diversos estilos musicais, embora com ênfase em sertanejo romântico. Por esse álbum, foi indicada ao Prêmio TIM de Música Brasileira de 2006, na categoria de melhor cantora popular.
Em 2007 fez uma bela apresentação vocal com a orquestra Sagrado Coração da Terra interpretando a música tema da novela Pantanal. A partir daí, Paula consolidou-se como uma cantora de bela voz, muito eclética (chegando a gravar músicas em inglês, como "Dust in the Wind") e popular. Seu sucesso "Jeito de Mato", do álbum Pássaro de Fogo, foi a música mais tocada da novela Paraíso.
No dia 25 de dezembro de 2010, Paula Fernandes cantou ao lado de Roberto Carlos para 400.000 pessoas no especial de fim de ano, transmitido ao vivo direto da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.
Em 2010 Paula Fernandes gravou o seu primeiro DVD da carreira contendo os seus grandes sucessos e músicas inéditas. O DVD e o álbum “Paula Fernandes ao Vivo” foram lançados em 2011, superando 1.5 milhão de cópias, maior vendagem do ano no Brasil. Tornou-se um fenômeno da música e leva multidões aos seus shows.
Destaques entre seus sucessos são as canções “Pássaro de Fogo”, “Ave Maria Natureza”, “Quando a Chuva Passar”, “Meu Eu em Você”, “Pra Você” e “Não Precisa”.

Maria Rita
"Eu sempre cantei, desde pequena. Mas eu relutei muito. Me preocupava ser a continuação do trabalho da minha mãe, o que é impossível. Com o decorrer dos anos, eu comecei a cantarolar. Aquilo foi crescendo e fui me situando até que, em um momento, eu percebi que não conseguiria viver sem a música. Acordei de manhã, meti dois litros de óleo de peroba na cara e fui fazer aquele ensaio sensual. Fiquei dez horas fotografando. Aprendi a identificar melhor a aproximação de homens por deslumbre e por interesse. Me sinto muito lisonjeada com o carinho do público".

Maria Rita Camargo Mariano nasceu em São Paulo, SP, em 9 de setembro de 1977. É cantora e produtora musical, filha da falecida cantora Elis Regina e do arranjador e pianista César Camargo Mariano.
O aprendizado para Maria Rita se deu de maneira instintiva e informal. Segunda ela, quando era jovem, pediu que Camargo Mariano a ensinasse a tocar piano. Diante da negativa do pai, perguntou se o problema era ele não ter tempo, ao que o pai lhe respondeu que, se a questão fosse tempo, ele o conseguiria. O problema é que ele "aprendera sozinho". Segundo Maria Rita, aquele diálogo fez com que ela entendesse que deveria seguir o mesmo caminho paterno, aprender por si mesma, sem uma instrução musical formal. Apesar disso, a cantora mais tarde tomou aulas de canto, para aperfeiçoar sua técnica.
Maria Rita iniciou sua carreira com cerca de 24 anos, apesar de querer cantar desde os quatorze. O peso da carreira da mãe, bastante famosa no Brasil, influenciou o adiamento de sua obra. Segundo ela própria diz, sempre tive a consciência de ser a única filha mulher de uma grande cantora.
Antes de se tornar cantora profissional, ela fez estágio em uma revista para adolescentes, tendo estudado comunicações sociais e estudos latino-americanos na Universidade de Nova Iorque, nos EUA.
Apesar do sucesso recente, consagrou-se como novo ícone da MPB. Ganhadora de 6 prêmios Grammy Latino incluindo Grammy Latino de Melhor Artista Revelação, também já ganhou vários Prêmio Multishow de Música Brasileira, entre outros prêmios nacionais. Maria já vendeu 1,285 milhão de CDs e DVDs, somente no Brasil, até 2010.
Seu primeiro disco, "Maria Rita", lançado em setembro de 2003 vendeu mais de 1 milhão de cópias em todo o mundo. O primeiro DVD, com o mesmo título e que foi para as lojas na primeira semana de novembro daquele ano, chegou à marca de 180 mil cópias. Ambos foram lançados em mais de 30 países.
O sucesso mundial do segundo disco (na época teve bastante polémica entre os críticos, que receberam um mini-iPod, para fazer críticas positivas) "Segundo" lhe rendeu, em 2006, mais dois Grammys Latinos: Melhor Álbum de MPB e Melhor Canção Brasileira com "Caminho das Águas" de Rodrigo Maranhão, e mais de 50 apresentações no exterior, que obtiveram sucesso tanto com o público como com a crítica, incluindo o Montreux Jazz Festival, North Sea Jazz Festival, Irving Plaza (NY) e San Francisco Jazz Festival, dentre outros.
Em 2007, Maria Rita lançou o seu terceiro CD "Samba Meu", simultaneamente nos Estados Unidos, América Latina, México, Portugal, Israel e Reino Unido. Ganhou o Disco de Platina, foi o décimo CD mais vendido em 2007 e também ganhou o prêmio de "melhor CD" no 15º Prêmio Multishow de Música Brasileira.
O quarto álbum de sua carreira, intitulado Elo, foi lançado em 2011. Uma das músicas é o primeiro single, "Pra Matar Meu Coração". Ela diz que cantou essa música uma vez e depois nunca mais a tirou da cabeça. A gravação do álbum foi rápida e discreta para tentar garantir surpresa. Elo traz as canções inéditas como Conceição dos Coqueiros e Santana. Outras, ainda não apresentadas ao público, são fruto de encontros musicais inesperados da cantora.
Os destaques entre os seus sucessos são “A Festa”, “Caminho das Águas”, "Conversa de Botequim", “Encontros e Despedidas” e “Não Deixa o Samba Morrer”.

Ana Carolina
“Minha dedicação é a música, não o visual. Quero passar liberdade para as pessoas, cantar e dizer o que estou a fim. Eu era tímida, muito bicho do mato. A mulher é um ser complexo. O homem é reto, direto, simplista. Isso me incomoda, porque gosto das coisas complicadas. Prefiro o excesso à moderação, me casaria com um menino e uma menina juntos. Tomo chope de sapato preto, calça preta, quase barroca.”

Ana Carolina Souza, nasceu em Juiz de Fora, Minas Gerais, em 9 de setembro de 1974. É cantora, compositora, empresária, arranjadora, produtora e instrumentista.
Seu grande talento vem de família e a sua influência musical vem de berço. A avó cantava em rádio, fazendo sucesso, o avô em igreja e os tios-avós tocavam percussão, piano, violoncelo e violino.
A mãe era proprietária de um salão de cabeleireiro e Ana fazia do local seu palco, usava como microfone um rolo de cabelo e cantava versos de Caetano Veloso, entre outros.
Aos 12 anos, começou a se interessar por estudar música e aprendeu a tocar violão sozinha, apenas ouvindo, inspirada pelo também mineiro João Bosco.
Ainda na adolescência, iniciou a carreira de cantora apresentando-se em bares da cidade natal. Conhecida pelo registro vocal grave ou contralto, porém, pode alcançar notas relativamente agudas, tendo uma grande extensão vocal. Isso a ajudou muito na carreira, possibilitando interpretar uma ampla variedade de músicas e estilos.
O primeiro álbum, Ana Carolina, lançou o single "Garganta", marco na carreira. Conquistou 4 vezes o Prêmio Multishow de Música Brasileira, 3 vezes o Troféu Imprensa e 1 vez o Prêmio TIM de Música. O primeiro disco foi lançado em 1999, vendendo dois milhões de cópias e consagrando-se como uma das cantoras que mais vendeu na década de 2000.
Ana Carolina conta com grandes canções de sucesso, dentre as quais "Quem de Nós Dois", "Encostar na Tua", "Uma Louca Tempestade" e "Carvão".

Joanna
“Sempre busco estar em paz com Deus e com a alma. A Padroeira foi e será a grande canção de toda a minha vida, fico visivelmente emocionada quando a canto. Nunca deixei de ser popular. Aposto sempre na qualidade e no bom gosto. Eu tenho um grande público polivalente que me possibilita ampliar e investir em outras áreas musicais, por isso eu trafego nas obras de Lupicínio Rodrigues, nos sambas-canção, além dos boleros clássicos. Acho que nós artistas temos uma certa obrigação de resgatar grandes músicas do cancioneiro popular, renovadas, com um novo viço.”
Maria de Fátima Gomes Nogueira nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em  27 de janeiro de 1957. É cantora, compositora e instrumentista.
Criada no subúrbio carioca, a carreira de cantora teve início na participação em festivais do interior do estado e atuou também como backing vocal de conjuntos de bailes e casas noturnas.
O primeiro LP gravado foi “Nascente” que vendeu oitenta mil cópias e nele está o primeiro grande êxito popular da carreira, a canção “Descaminhos”.
O maior sucesso de vendagem foi o disco auto-intitulado de 1986, que vendeu cerca de 600 mil cópias e contou com a participação especial do grupo Roupa Nova. Este álbum levou Joanna a turnês mundiais pelos países de língua latina, onde alcançou grande sucesso e recebeu inúmeros prêmios. No álbum “Primaveras e Verões” lançado em 1989, comemorativo dos dez anos de carreira, gravou canções de compositores da época e também trouxe uma parceria sua com Cazuza na canção “Nunca Sofri Por Amor”.
Joanna consagrou-se como cantora popular através das interpretações de canções românticas, que são as mais recorrentes na sua carreira.
Na década de 1990, dedicou-se a ambiciosos projetos especiais, lançando os discos “Joanna Canta Lupicínio” (1994), um tributo ao compositor Lupicínio Rodrigues que vendeu cerca de 400 mil cópias e “Joanna em Samba-Canção” (1997), que trouxe diversas canções consagradas do gênero.
Desde o início da carreira, Joanna gravou ininterruptamente discos de grande vendagem, o que faz com que ela seja uma das cantoras brasileiras mais famosas tanto no Brasil como no exterior. Recebeu também centenas de prêmios e troféus e foi considerada “A Melhor Cantora do Mercado Latino, com o prêmio Ibero-América dos anos 90.
Entre suas canções de grande sucesso estão “Descaminhos”, “Nunca Sofri Por Amor”, “Espelho”, “Amor Bandido”, “Tô Fazendo Falta” e “A Padroeira”.

Jane Duboc
“Minha trajetória musical é muito eclética. Percorri caminhos diversos, pop, rock, jazz e até mesmo erudito. É gostoso conviver com pessoas da música de estilos bem diferentes. Comecei profissionalmente, no Brasil, com o grande Egberto Gismonti, o meu grande mestre. Um trabalho que me encheu de alegria foi nos EUA com Gerry Mulligan, precursor do cool jazz com Miles Davis. Eu era fã dele quando era criança, morava em Natal (Rio Grande do Norte), meu pai era fanático por jazz e nunca pensei em ser parceira dele. O Tom Jobim foi a primeira pessoa que viu meu filho mexer na barriga. Eu ia à casa dele, gostava demais dele. A coisa mais esquisita foi que no dia em que ele morreu, meu filho pegou os três songbooks do Tom e tocou das 8 da noite às 8 da manhã todas as músicas. O Tom fez uma música para mim que gravei em 1981 com ele ao piano. O diretor, na época, disse que estava muito rebuscado, com arranjos elaborados demais e resolveu não lançar porque disse que queria que eu gravasse canções para o mundo inteiro, músicas mais simples. Aí fiquei chateada, fui embora para os Estados Unidos de novo. Tenho essa gravação até hoje. Fui muito próxima do Raul Seixas. O meu primeiro compacto foi produzido por ele. O mais engraçado foi que as minhas letras foram vetadas pela ditadura militar. Disseram Tudo o que você escreveu aí está vetado. O que você quis dizer com isso? Eu, com aquela impetuosidade da juventude, disse Se você não entendeu, como é que veta? Um deles pegou no meu cotovelo e disse Você está muito nova para ir para a cadeia. Vai mudar toda essa letra... Fiquei tão revoltada que, num gesto de maluquice e rebeldia, cantei sem letra. E o Raul, que era meu amigo e doido também, deixou. O Raul gostava muito das minhas coisas, parapsicologia, discos voadores...ele dizia que eu era a fonte de inspiração dele. A gente tem que absorver o melhor de cada situação. Essas coisas a gente aprende, quando pequeno, observando o pai e a mãe. Eu tive uma sorte danada de ter caído naquele lar. A minha mãe, até hoje, não julga ninguém, aceita as pessoas como são, não analisa ninguém. Tenho a obrigação de tentar ser pelo menos parecida. Cada um tem a sua razão. Não invadindo o espaço do outro e nem prejudicando, está tudo certo.”

Jane Duboc Vaquer, nasceu em Belém, Pará, em 16 de novembro de 1950. É cantora e compositora.
Aos treze anos de idade Jane já fazia apresentações filantrópicas no colégio onde estudou, na televisão e em festivais. Dedicava-se muito ao esporte, ganhando muitas medalhas em competições estaduais de natação, voleibol, tênis de quadra e tênis de mesa.
Aos 16 anos foi morar e estudar nos Estados Unidos, em Columbus, Georgia, graças a uma bolsa de estudos que ganhou. Ficou por lá cerca de 6 anos, casou e além de atuar como cantora, compositora e instrumentista (cantava em bares, boates, clubes e igrejas), trabalhava com publicidade, tendo sido premiada. Na universidade estudou orquestração, canto lírico, flauta e arte dramática, onde também chegou a lecionar História da Música.
Retornou ao Brasil na década de 70, trabalhou com Raul Seixas e participou de seus discos.
Revelada no I Festival da Nova Música Popular Brasileira, seu primeiro disco foi o LP “Acalantos” de 1977. Entre os seus maiores sucessos estão "Manuel, O Audaz", "Cheiro de Amor", "Chama da Paixão" e "Sonhos"

Amelinha
"A música sempre foi parte de mim. Na infância era minha brincadeira predileta, eu gostava de cantar músicas do pastoril e brincar de radio com minhas amigas. A música nordestina é sempre muito espirituosa, tocante, vigorosa, sonoramente telúrica e brincante, emocional ou descritiva e muito singular, mesmo quando se mistura nos ecos da globalização. Vá jandaiazinha, abra as asas, alce vôo, voe bem alto e cante tudo por aí afora, porque você canta lindo. E já que eu estou dando Bandeira, se a estrela da manhã cantasse, aquela que o poeta reservou só para si, num poema tão casto, seria como você, com este timbre puro e cristalino de menina fazendo roda, que quando canta, enternece a alma da gente e refrigera o ar em torno. Este carinhoso vaticínio foi dedicado pelo poetinha Vinícius de Moraes à mim, no verão de 1975, na praia de Itapuã, em Salvador, na Bahia. Em 2002 me reuni com Vinicius de Morais e Toquinho para cantar e gravar pela primeira vez as músicas da big temporada de 40 dias que fizemos em 1975 no Uruguai. Evidentemente já as conhecia, mas onde para eles era relembrar, para mim foi uma tremenda e maravilhosa novidade.
Amei fazer o CD com eles. Gosto de modificar alguma coisa nas músicas que interpreto...dar aquela carimbada bem Amelinha, toque pessoal inevitável. Tenho aprendido a me conhecer, fui uma garota ousada na vida e romanceava sempre tudo que vivia. Sou a rainha das utopias, continuo cheia de esperanças e gostando muito de cantar pela própria manifestação da arte em mim.
Deixei as frescuras do ego pelo caminho, graças a Deus, hoje me sinto bem mais centrada e descobri que eu olhava o mundo com lentes que eu mesma inventei. Descubro ao longo do tempo que fiz um caminho de luz e bonito."

Amélia Claudia Garcia Colares, nasceu em Fortaleza, Ceará, em 21 de julho de 1950. É cantora e compositora.
Iniciou a carreira na década de 1970, de maneira amadora, participando de shows ao lado de outros cantores cearenses, entre eles o amigo e conterrâneo Fagner.
Em 1975, fez uma turnê em Punta del Este e Montevideo, no Uruguai, na companhia de Vinícius de Moraes e Toquinho, quando o poetinha compôs para ela “Ah! Quem me Dera”.
Dois anos depois, Amelinha lança o disco "Flor da Paisagem" e foi apontada como cantora revelação da MPB. Em 1979, ganha o disco de ouro com o lançamento do LP "Frevo Mulher". Mas foi em 1980 que Amelinha foi consagrada como grande intérprete da música popular brasileira, com a canção "Foi Deus Quem Fez Você", no Festival MPB 80. A canção foi classificada em 2º lugar e vendeu mais de um milhão de discos compactos, alcançando o 1º lugar nas paradas das rádios.
Entre os seus maiores sucessos estão “Frevo Mulher”, “Galope Razante”, “Foi Deus Quem Fez Voce” eMulher Nova Bonita e Carinhosa Faz o Homem Gemer sem Sentir Dor”.

Vanessa da Mata
“A minha alma compositora veio muito depois da cantora... eu não acreditava que se pudesse compor sem tocar instrumentos. Fui descobrir que era possível, sozinha, sem saber que isso já existia, em pouquíssimos casos. Já dizia que queria ser cantora aos três anos de idade. Existia uma vocação enorme para aquilo. Eu era completamente impulsionada à um caminho desconhecido que me trouxe até aqui. Na minha cidade, não havia possibilidade nem estrutura para eu ser cantora. Então inventei a história de estudar medicina em Uberlândia para sair de casa e poder cantar. Só a minha mãe sabia dos meus planos. Na minha infância ouvia de tudo que se possa imaginar de uma pessoa que vive no interior. Acho que o que eu mais gostava eram as músicas de Milton Nascimento, Clara Nunes, Maria Bethânia e Roberto Ribeiro... essas são as que mais me lembro, mas lógico que existem as músicas de melodias fortes que grudam e que com certeza também me influenciaram.”

Vanessa Sigiane da Mata Ferreira nasceu em 10 de fevereiro de 1976, em Alto Garças, Mato Grosso, uma pequena cidade cercada de rios e cachoeiras. Possui ascendência, através da avó materna, de índios Xavantes.
Ouviu de tudo na infância. De Luiz Gonzaga a Tom Jobim, de Milton Nascimento a Orlando Silva. Ouviu também ritmos regionais, como o carimbó, samba, bossa nova, música caipira e até música brega italiana.
Em 1990, aos 14 anos, Vanessa se mudou para Uberlândia, sozinha, para prestar vestibular em medicina. Mas queria mesmo era cantar. Aos 15, começou a se apresentar em bares locais.
Em 1992, foi para São Paulo, onde começou a cantar na Shalla-Ball, uma banda feminina de reggae. Três anos depois, com 19 anos, excursionou com a banda jamaicana Black Uhuru. Neste período, ainda dividia seu tempo entre as carreiras de jogadora de basquete e de modelo.
Em 1997, com 21 anos, compôs "A Força Que Nunca Seca". A música foi gravada por Maria Bethânia e Chico Buarque. O Brasil descobria uma grande compositora.
A voz e a presença de Vanessa começavam também a chamar atenção. Fez participações em shows de Milton Nascimento, Bethânia e nas últimas apresentações de Baden Powell. Estava pronta para estrear em carreira solo.
Em 2002, aos 26 anos, Vanessa lançou seu primeiro CD, Vanessa da Mata. O mais recente álbum de Vanessa, “Bicicletas, Bolos e Outras Alegrias, foi lançado em 2010.
Entre os grandes sucessos de sua discografia estão "Não Me Deixe Só", "Ai, Ai, Ai", "Boa Sorte/Good Luck", "Amado" e "O Tal Casal".

Ithamara Koorax
“Ainda criança, na minha cidade natal, Niterói, eu comprei meus primeiros discos de jazz de Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, Joe Pass, Oscar Peterson. Trompetistas como Miles, Chet, Art Farmer, Freddie Hubbard e especialmente Lew Soloff, cujos agudos eu adorava, tiveram uma grande influência na inspiração do meu fraseado. O rótulo de cantora de MPB realmente cabe ao meu primeiro disco Luíza - Ao Vivo, mas no segundo, Rio Vermelho, a MPB ali presente é bem mais sofisticada, com arranjos mais criativos e um grande aprimoramento nas minhas interpretações, já com fraseado jazzístico, fruto da convivência com músicos como Tom Jobim. Eu sempre fui apaixonada por jazz, foi fundamental o processo de jazzificação e principalmente de expansão do meu horizonte artístico. Elizeth Cardoso, a minha madrinha no início da carreira, me ensinou que o artista não deve fazer obras para seu público, mas sim público para suas obras. Eu me adapto bem as mudanças, gosto de desafios, preciso me sentir estimulada. Nunca fiz um disco igual ao outro, tenho prazer de surpreender ao público e a mim mesma”.

Ithamara Koorax nasceu em Niterói, em 28 de abril de 1965. É cantora de MPB, bossa nova e jazz.
Aos 5 anos, antes de se familiarizar com as letras do alfabeto, Ithamara já lia partituras de piano. Seis anos depois, como integrante do coral do Centro Educacional de Niterói, cruzou o Atlântico para participar de um festival internacional de corais na Escócia.
Na época, já ouvia Bach e a rotina de menina prodígio, que ia a São Paulo todo sábado ter aulas de canto, era um prenúncio do sucesso que estaria a caminho.
Elogiada por sua incrível voz no mundo inteiro, iniciou a carreira em 1990, apresentando-se em casas noturnas em São Paulo e no Rio Jazz Club, onde teve a cantora Elizeth Cardoso como madrinha, com quem gravou a música Inquietação.
Em 1994, lançou primeiro disco, Luíza - Live in Rio, pelo qual recebeu o Prêmio Sharp de Música, na categoria Revelação MPB.
"Uma emoção única e indescritível foi gravar com o Tom Jobim dois meses antes de sua morte, em É Preciso Dizer Adeus. Gravamos em outubro de 94, logo depois ele viajou para Nova Iorque e veio a falecer em dezembro. Mas eu não sabia que ele já estava muito doente. Graças à irmã dele, Helena, Tom ouviu o meu primeiro disco, que incluía várias músicas dele, e me ligou para falar que tinha adorado...disse que passou a ser meu fã! Quando o convidei para tocar no Rio Vermelho (segundo disco, lançado em 1995), ele aceitou de imediato. Gravamos três músicas, mas coincidentemente a única selecionada por ele próprio para o disco foi  É Preciso Dizer Adeus".
Ithamara confessa que o disco Bossa Nova Meets Drum ‘N’ Bass, de 98, foi pura diversão e marcou época pois foi a primeira pessoa no mundo a fazer a mistura de bossa nova, percussão e baixo.
O disco Serenade in Blue que estourou nos Estados Unidos em 2000 nasceu da forma mais espontânea possível. Foi uma sugestão para que Ithamara gravasse um disco com as músicas que mais gostava de cantar em casa, tanto que o CD tem o subtítulo de My Favorite Songs. A princípio ela relutou, mas as músicas que ela mais “temia” acabaram sendo as mais elogiadas pela crítica internacional.
Não busco interpretações virtuosas, eu não planejo como vou cantar essa ou aquela música, o processo criativo é bem mais complexo. Se às vezes as interpretações parecem virtuosas são porque eu estudo muito, procuro manter a minha voz sempre em boa forma”.
Em 2002, Ithamara foi eleita a quarta melhor cantora do mundo pela revista americana DownBeat, considerada a Bíblia do Jazz que desde 1934 elege os melhores músicos do gênero, atrás apenas de Cassandra Wilson, Diana Krall e Dianne Reeves, e à frente de Dee Dee Bridgewater, Norah Jones e Jane Monheit.
“Na votação de 2002, fiquei atrás apenas de Diana Krall que se aprimorou muito nos últimos anos e fez discos suntuosos, da Cassandra Wilson que tem uma voz humilhante, mas eu não gosto da estética dela e da minha amiga Dianne Reeves, uma cantora perfeita. Achei um absurdo ficar à frente da minha cantora favorita, a Shirley Horn, isso não poderia ter acontecido de jeito nenhum...”
Love Dance de 2003 foi eleito pela revista DownBeat como o quinto melhor disco atrás somente dos lançados por Norah Jones, Steely Dan, Radiohead e The Roots.
Ithamara tem inúmeras canções de sucesso, aplaudidas mundo afora, entre elas É Preciso Dizer Adeus, Cry Me a River, As Time Goes By, Samba de Orfeu, Amor Sem Adeus, Almost in Love, Mas que Nada, Moon River, How Insensitive, Someday e Manhã de Carnaval.  
Ao longo de mais de 20 anos de carreira seus discos sempre constam nas listas dos premiados e Ithamara tem sido seguidamente eleita uma das melhores cantoras de jazz do mundo pelos leitores das revistas DownBeat, Swing Journal e Jazz People.

O crítico Frank John Hadley, da DownBeat, sentenciou que "Ithamara Koorax é uma das mais belas vozes da criação".

“Se é verdade que cada música tem sua alma, essa admirável cantora tem o dom de criar uma voz que parece ter nascido com a alma da própria canção” – leitor da revista americana DownBeat.